Amigos de piloto curitibano preso no Peru preparam passeata em Curitiba

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Amigos e familiares do piloto curitibano Asteclínio da Silva Ramos Neto, de 28 anos, – que está preso no Peru há quase três meses – saem às ruas de Curitiba neste fim de semana, em passeata para pedir que o rapaz seja transferido para um hospital. O avião que ele pilotava foi abatido pelas Forças Armadas peruanas, quando sobrevoava o espaço aéreo daquele país. O paranaense foi atingido por dois tiros de fuzil e, segundo os amigos, precisa de cuidados médicos.

“Ele [Ramos Neto] continua com uma das balas alojada, praticamente encostada na coluna. Por causa disso, ele já perdeu mais de 20 quilos, não come direito e não consegue ficar com o corpo reto”, disse Laís Rodrigues, amiga do piloto.

A manifestação começará às 8 horas de sábado (11), na Praça Tiradentes, no Centro de Curitiba. De lá, os participantes devem sair em passeata até o Palácio Iguaçu, no Centro Cívico. Em seguida, os amigos do piloto vão promover um ato em frente ao Consulado do Peru, localizado no Jardim das Américas. Os organizadores estimam que pelo menos 200 pessoas participem do protesto.

“Nós já tentamos 1001 coisas e nada acontece. Ele está lá, em um presídio superlotado e sem atendimento médico”, apontou Laís.

Nulidade

Ramos Neto está preso no presídio da província de Satipo, considerado um dos mais lotados do Peru. A aeronave que ele pilotava foi abatida porque as autoridades peruanas suspeitaram que o avião transportava drogas. Os entorpecentes não foram encontrados, mas, ainda assim, o curitibano permanece detido, acusado de um tipo penal semelhante a associação para o tráfico.

Nesta semana, a defesa do piloto deve pedir à Justiça peruana que considere nulo o processo do rapaz. Segundo o advogado Rodrigo Faucz, as audiências transcorreram sem que Ramos Neto tivesse o auxílio de um intérprete. “Até agora, ele não teve um intérprete que lhe passasse de forma pormenorizada os motivos pelos quais ele está sendo acusado”, disse.

Além disso, a defesa considera que o abatimento do avião transcorreu de forma irregular, em desacordo com protocolos internacionais. “Essas nulidades abrem caminho para que ele responda o processo em liberdade”, avaliou o advogado.

O Itamaraty informou a família que o pedido de transferência de Ramos Neto teria sido assinado nesta semana. Com isso, o rapaz já poderia ser levado para uma unidade em que tivesse melhores condições de atendimento.