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Curitiba – Passadas quase três décadas do crime passional de maior repercussão no país, o assassinato da socialite mineira Ângela Diniz, em 30 de dezembro de 1976, o homicida Raul Fernando do Amaral Street, o Doca Street, lança o livro Mea Culpa, pela Editora Planeta, que conta a história do seu envolvimento com Ângela e de como uma história de paixão foi parar em páginas policiais. Confira a entrevista exclusiva da Gazeta do Povo com Doca Street:

Gazeta do Povo – A distância da época do crime fez com que entendesse os motivos do assassinato?

Não sei como alguém pode explicar um fato tão traumático. Mas posso garantir hoje que ninguém mata por amor. Mas sei que duas pessoas que se amam podem brigar de maneira tão violenta que, num momento de completo descontrole, pode ocorrer um crime.

No livro o senhor diz não saber por que resolveu contar essa história. O que, então, o levou a publicá-la trinta anos depois?

Meus amigos e familiares nunca se conformaram com a imagem do Doca criado por muitos jornalistas daquele tempo. Escreviam que eu era traficante, gigolô e playboy. Só para esclarecer, no meu primeiro emprego, eu não tinha mais de quinze anos.

Desenterrar o assunto e seus fantasmas não foi pior do que se manter em silêncio?

É verdade, foi muito dolorido mexer em tudo isso, mas se não esclarecesse estaria consentindo. Não tenho acompanhado a repercussão do livro e nem a reação das pessoas. Não tentei buscar uma forma de conviver com a culpa, simplesmente convivo com ela e pronto.

"Olhei aquela cena horrível mais assustado do que com medo." Quando o senhor lembra da cena a que se refere nessa frase que abre seu livro, o que sente ainda é um tipo de susto?

Tristeza.

Quais os efeitos que o senhor espera causar no leitor com Mea Culpa?

Todo ano, desde aquela época, leio algo a meu respeito na mídia. Qualquer crime contra mulher que aconteça sempre sou lembrado, tanto na imprensa escrita, radiofônica ou televisiva. Escrevem absurdos de toda ordem. Em "Mea Culpa" conto a história de um grande amor, a briga e uma violenta emoção que terminou em tragédia e também os anos que passei preso.

O senhor pensa em publicar outros livros ou termina aqui a sua vida de escritor?

Provavelmente publicarei pelo menos mais um.

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