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Em Arapongas, voos foram suspensos há quatro meses: irregularidades incluíam falta de sinalização e degradação da pista | Roberto Custódio/ Gazeta do Povo
Em Arapongas, voos foram suspensos há quatro meses: irregularidades incluíam falta de sinalização e degradação da pista| Foto: Roberto Custódio/ Gazeta do Povo

Parque moveleiro

Interdição na cidade de Arapongas afeta toda a Região Norte do estado

Em Arapongas, na Região Norte do estado, a interdição foi feita há cerca de quatro meses, mas o gerente do Aeroporto Alberto Bertelli, Valentim José Carlos Pavezi, garante: falta pouco para a cidade voltar a ter seu aeroporto funcionando. "As obras foram realizadas e tudo o que a Anac pediu nós fizemos. Encaminhamos o relatório e aguardamos a resposta para o mais breve possível", diz.

As irregularidades apontadas pela Anac em Arapongas diziam respeito a problemas na infraestrutura, como falta de sinalização no aeroporto, degradação excessiva do asfalto da pista e falta de uma cerca para a proteção do local.

Para o gerente do aeroporto, o espaço faz muita falta não só para Arapongas, mas para toda a região Norte do estado. "Ele é pequeno, mas muito útil para desafogar o aeroporto de Londrina. Além disso, nossa torre de comunicação dava apoio aos equipamentos deles", afirma.

Segundo maior parque moveleiro do país, o município de Arapongas agora utiliza os aeroportos de Londrina e Maringá para enviar a produção para outros lugares. "É complicado, porque com a interdição não pudemos nem retirar os aviões da oficina. Está tudo parado e ninguém pousa ou decola, o que vai isolando a cidade."

Campo Mourão

Cidade agora foca em novo aeroporto

Interditado em março deste ano devido a falhas na estrutura, o Aeroporto Geraldo Guia de Aquino, em Campo Mourão, no Centro-Oeste do Paraná, foi reaberto em julho. Mesmo assim, o objetivo é abrir um novo aeroporto na cidade. "Temos um projeto e uma nova área está sendo pensada. Queremos uma estrutura mais ampla, com rotas mais periódicas de voos comerciais ou de passageiros, mas ainda precisamos reunir os investimentos", explica o secretário municipal de Comunicação, Vanderlei Camargo.

No começo do ano, uma auditoria mostrou que o aeroporto atual tinha problemas na sinalização e na cerca de isolamento da pista. Solucionados os problemas, os pousos e decolagens foram liberados, mas o sistema têm algumas ressalvas. "Nosso aeroporto não opera com transporte de cargas de valores e não realiza decolagens e pousos durante a noite."

Com o novo aeroporto, a ideia é atrair mais investimentos e ampliar o conforto de visitantes e turistas que passam pela cidade. "Temos um evento grande aqui, a Festa do Carneiro no Buraco, e as restrições do aeroporto acabam limitando o acesso dos visitantes à nossa cidade, então precisamos solucionar esse problema."

  • Falta de isolamento do espaço também era problema. Obras foram feitas e aguardam vistoria

A preocupação com a falta de segurança para pousos e decolagens não é exclusividade dos usuários do Aeroporto de Cascavel, que no início do mês deixou temporariamente de receber voos das companhias Azul e Trip depois que um avião teve problemas durante a aterrissagem. Três aeroportos do interior do Paraná – Goioerê, Arapongas e Palotina –, destinados a aeronaves de pequeno porte, foram interditados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) entre o fim do ano passado e julho deste ano por falta de condições de funcionamento. Em Campo Mourão, o aeroporto está aberto com restrições: o transporte de valores está proibido e somente voos diurnos são permitidos.

Após vistorias, constatou-se que os espaços apresentavam riscos elevados para as operações aéreas e agora as prefeituras correm contra o tempo para fazer as obras necessárias. Entre os problemas apontados pela agência estão más condições do asfalto das pistas e falta de sinalização.

Para as prefeituras, o maior problema para viabilizar as melhorias é a falta de recursos. "No nosso caso, não eram muitas as exigências, mas o processo levou tempo porque o município não tinha orçamento disponível. Nos últimos oito anos, investimos cerca de R$ 1 milhão no aeroporto, mas as finanças do município não permitem muito mais", afirma o gerente do Aeroporto Alberto Bertelli, de Arapongas, Valentim José Carlos Pavezi.

Segundo o coordenador de pesquisa e planejamento aeroviário da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seil), Gino Schlesinger, o Paraná conta com 40 aeroportos públicos, quatro deles administrados pela Infraero, empresa ligada ao governo federal: o de Londrina, o de Foz do Iguaçu, o Afonso Pena (São José dos Pinhais) e o Bacacheri (Curitiba). Os outros 36 são mantidos pelas prefeituras municipais.

O governo do estado não tem papel ativo na gestão dos espaços. "O que fazemos é receber as demandas dos municípios por verba e ajudar com recursos dentro das possibilidades do estado", explica Schlesinger.

Atualmente, a Seil trabalha na elaboração de um plano aeroviário. O objetivo é estabelecer diretrizes para os investimentos no sistema paranaense de aeroportos e criar uma rede entre os aeroportos menores. "O foco será na construção de novos aeroportos e reforma dos que já existem. Por enquanto, estamos em fase de estudo, mas no início do ano que vem devem começar as primeiras iniciativas."

Vistoria

Periodicamente, a Anac realiza vistorias nos aeroportos. Emitido o parecer, a entidade determina um prazo para os terminais cumprirem as exigências e se adequarem às normas. Caso as mudanças não sejam feitas no tempo estipulado, as pistas são interditadas.

Palotina foi notificada há cinco anos

Segundo Nivaldo Antonio Do­­mingos, secretário de Viação, Obras e Ser­­viços Públicos de Palotina, no Oeste do estado, a prefeitura foi notificada em 2007 quanto a problemas no Aeroporto Brasílio Marques. "O município teria de fazer uma série de melhorias, mas quase nada foi feito. Até foi aplicada uma multa de R$ 35 mil, mas recorremos e conseguimos a isenção desse valor."

Diante de uma nova notificação, a prefeitura iniciou algumas obras, mas elas não foram suficientes para convencer a Anac a manter o aeroporto aberto e há um ano as pistas foram interditadas. "Agora estamos fazendo a pintura das faixas, numeração das pistas, operação tapa-buraco, melhoria na cerca de proteção do aeroporto e o corte de algumas árvores que atrapalhavam os pousos e as decolagens", diz. A expectativa é de que as obras acabem em alguns dias e o aeroporto volte a operar até o fim do ano.

Goioerê

Segundo a Seil, a prefeitura de Goioerê, na Região Centro-Oeste, realizou as reformas pedidas pela Anac e deve pedir a liberação do aeroporto nas próximas semanas. Procurado durante quatro dias, o técnico responsável pelo terminal nem atendeu as ligações nem retornou para confirmar a informação.

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