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Angelina Jolie: reposição hormonal para compensar os ovários que foram retirados. | Luke Macgregor/Reuters
Angelina Jolie: reposição hormonal para compensar os ovários que foram retirados.| Foto: Luke Macgregor/Reuters

A estrela de cinema Angelina Jolie voltou a ser notícia ontem após anunciar que realizou mais uma cirurgia para reduzir os riscos de desenvolver um câncer no futuro. Dessa vez, ela teve os ovários e trompas removidos. Em 2013, a atriz se submeteu a uma mastectomia dupla após ter sido informada que corria alto risco de ter câncer de mama.

Angelina fez o anúncio da nova cirurgia em um artigo publicado na terça-feira (24) no jornal New York Times. No texto, ela disse ter concluído que deveria ir a público falar às outras mulheres sobre as opções disponíveis para elas.

“Eu me sinto feminina, e alicerçada nas escolhas que estou fazendo para mim e minha família. Sei que meus filhos nunca vão precisar dizer que a mãe ‘morreu de câncer de ovário’“, escreveu. A mãe da atriz morreu aos 56 anos devido a um câncer nos ovários.

Efeitos colaterais

O médico Roberto Hegg, diretor do Serviço de Oncologia Clínica e do Centro de Pesquisas do Hospital Pérola Byington de São Paulo, observa que procedimentos como os adotados por Angelina devem ser muito bem pensados pela paciente e o médico devido aos efeitos colaterais que vão gerar. “A retirada dos ovários leva à menopausa precoce e pode ocasionar a redução da libido”, diz o médico.

Câncer de Ovário

A doença é pouco frequente, mas é de difícil diagnóstico e tem uma chance de cura pequena. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), cerca de ¾ dos cânceres de ovário estão em estágio avançado quando são diagnosticados. Estima-se que em 2014 o Brasil tenha tido 5.680 novos casos da doença.

A atriz, de 39 anos e mãe de seis crianças – três biológicas e três adotadas – tratou sobre isso no artigo que publicou no New York Times. “Eu não vou ser capaz de ter mais filhos, e prevejo algumas mudanças físicas. Mas eu me sinto à vontade com o que virá, não porque eu seja forte, mas porque isto faz parte da vida. Não é nada a ser temido.”

No artigo de terça-feira, intitulado “Diário de uma cirurgia”, ela afirmou que não havia sinais de câncer no tecido removido e um DIU com progesterona foi inserido em seu útero para ajudar a manter o equilíbrio hormonal.

Mutação

Angelina, que também perdeu a tia e uma avó para o câncer, descobriu há alguns anos ser portadora de uma mutação no gene BRCA1. Segundo a atriz, devido a essa mutação, ela tinha um risco de 50% de desenvolver câncer de ovário e de 87% para o câncer de mama.

Tratamento menos agressivo para tumor metastático avança

Hegg afirma que quando situações como essa ocorrem, costuma haver uma corrida aos consultórios. “Quando uma atriz toma uma decisão como essa, isso faz os pacientes começarem a procurar os médicos para saber se devem fazer esse tipo de cirurgia ou exames”, afirma Hegg.

O tipo de mutação genética que atinge Angelina, porém, ocorre em uma parcela muito pequena da população mundial. Além disso, o câncer de mama relacionado à predisposição genética representa cerca de 10% do total de casos da doença. Esse mesmo porcentual vale para os casos de câncer no ovário, de acordo com dados do Inca. Um dos fatores que faz acender um alerta nos médicos são relatos de casos de câncer na família em mulheres ainda jovens.

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