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O diretor executivo da Anistia Internacional no Brasil, Atila Roque, afirmou que o governo federal e o do Rio em particular têm sido "muito negligentes e ineficientes" na garantia de proteção a ativistas ambientais e defensores de direitos humanos ameaçados. Em entrevista sobre as recentes mortes de pescadores na Baía de Guanabara, atribuídas a grupos armados ilegais, Roque criticou o modelo de desenvolvimento adotado no país.

Dois pescadores foram encontrados mortos na Guanabara, com sinais de execução, no mês passado. Outros dois foram assassinados em 2009 e 2010. O presidente da Associação Homens do Mar, Alexandre Anderson, vive sob escolta permanente desde setembro de 2010. "Infelizmente no Brasil o desenvolvimento ainda vem acompanhado de violência, e violência letal em muitos casos", afirmou.

Segundo ele, não há como vincular diretamente os quatro homicídios de pescadores com o ativismo da associação à qual eram filiados, antes que seja concluída a investigação, mas "claramente estão envolvidos interesses econômicos de fornecedores, empresas e outros que têm visto seu lucro ou perspectiva de negócio ser perturbados pela militância dos pescadores".

Para o diretor da Anistia Internacional, há evidências de que as mortes estão relacionadas à situação de conflito socioambiental decorrente da implementação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Ele cita o "provável envolvimento de milícias" e o "entorno de interesses privados obscuros". "O histórico desse conflito mostra que era uma situação em que o Estado deveria redobrar as garantias, e não esperar por mais duas mortes." A investigação dos assassinatos foi transferida para a Divisão de Homicídios da capital. As mortes de 2009 e 2010 não foram esclarecidas. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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