Ano de licitações e pacotes de obras

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2010 promete ser um ano decisivo quando o assunto é infraestrutura. A licitação do transporte coletivo de Curitiba, exigida pelo Ministério Público desde 2001, deve finalmente sair. Isso significa que as empresas que desejarem operar o sistema terão de passar por um processo de concorrência pública. A licitação dos radares, prevista para ser finalizada no início deste ano, também deve colocar um ponto final na polêmica que fez com que a cidade tivesse de desligar os medidores de velocidade no fim de 2009, por conta de uma decisão judicial.

A promessa da prefeitura para o ano que começa é iniciar a segunda fase da Linha Verde, ao menos no trecho entre o Centro Politécni­co, no Jardim das Américas, e a Vítor Ferreira do Amaral, no Ta­­rumã, a partir de um financiamento francês. Recursos de financiamentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Agência Francesa de Desenvolvimento e Fundo de Desenvolvimento Ur­­bano, aliás, representam a maior fatia de investimentos em toda a cidade em 2010. "São nossas obras prioritárias. Nosso menu principal", afirma o superintendente da Secretaria Municipal de Plane­jamento, Otamir César Martins.

É em 2010 também que se definirá quais obras o governo federal financiará por meio do PAC da Copa em Curitiba. Na lista de pedidos estão a reforma da Rodofer­roviária; revitalização da Avenida Comendador Franco, com a retirada das torres; a reforma das pistas laterais e calçamento da Avenida Marechal Floriano Peixoto no trecho entre a Linha Verde e o Ter­minal do Boqueirão; a implantação de um novo sistema de semaforização inteligente e a revitalização da Avenida Cândido de Abreu, in­­cluindo a implantação de um novo calçadão no local.

Por meio do mesmo pacote, ain­­da, o governo estadual tenta garantir para a região metropolitana a implantação de um corredor metropolitano, formando um anel viário entre os municípios próximos de Curitiba. Lula deve bater o martelo até o dia 15 de janeiro – município e estado so­­mam pedidos na ordem de R$ 450 milhões.

Aeroporto

É em janeiro também que o Paraná deve receber a visita do ministro da Defesa, Nelson Jobim, e do presidente da Infraero, Murilo Marques Barboza. A ideia é começar a articular um grupo de trabalho para, enfim, fazer deslanchar o projeto de construção da terceira pista do Aeroporto Afonso Pena, colocando o terminal definitivamente na rota dos voos internacionais. "Em menos de quatro anos não sai. É possível fazer até a Copa, sim, mas temos de trabalhar duro", afirmou o ministro do Planejamento, Paulo Ber­­nardo.

O metrô também está na pauta de discussões em 2010. Depois de o prefeito Beto Richa ter declinado da oferta do governo federal para incluir o metrô de Curitiba no PAC da Copa, por considerar que o empréstimo iria onerar demais o município, ele deve tentar incluir a obra no chamado PAC 2, previsto para ser lançado no primeiro semestre do próximo ano. Se tudo correr dentro do esperado, parte significativa da obra deve vir por meio de recursos a fundo perdido, ou seja, sem a necessidade de se pagar no futuro.

O anúncio do PAC 2, aliás, deve marcar 2010 como um ano de início de grande obras, já que a ideia é investir um valor 80% maior do que o do programa de 2007, quando foi lançado o primeiro PAC. Para fechar com chave de ouro, 2010 deve ser também um ano decisivo na implantação do primeiro trem-bala brasileiro, que deve ligar São Paulo ao Rio de Janeiro. O consórcio vencedor terá cinco anos para concluir a obra, contados a partir da obtenção do licenciamento ambiental. O leilão deverá ocorrer em maio, na Bovespa.