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O alerta é unânime entre os médicos: nenhum medicamento é isento de risco. Segundo os especialistas, nem mesmo aqueles remédios que compõem a chamada "farmacinha básica" que todo mundo tem em casa estão livres de contra-indicações. Prova disso é que dois freqüentes integrantes das farmácias caseiras, e que não por acaso estão entre os medicamentos isentos de prescrição mais vendidos no país, podem levar à dependência e a outras complicações. Laxantes e antiácidos, quando usados em excesso, podem, além de esconder doenças, alterar algumas funções fisiológicas do organismo.

De acordo com a médica gastroenterologista do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná, Raquel Almada, no caso dos laxantes o organismo pode se acostumar com o estímulo da medicação e precisar de doses cada vez maiores para funcionar. "A indicação é só para exames ou casos agudos em que haja recomendação médica", afirma. Já os antiácidos não chegam a causar dependência, mas podem camuflar a existência de doenças como um câncer gástrico, ou ainda alterar a acidez natural do estômago, necessária para evitar o crescimento de bactérias e facilitar o processo digestivo.

Colírios

Assim como os descongestionantes nasais, os colírios também atuam causando uma dilatação nos vasos sangüíneos. Segundo o diretor do Hospital de Olhos do Paraná, Carlos Augusto Moreira, é preciso cautela ao fazer uso dessas medicações. "A lágrima já é um colírio natural. Em muitos casos, uma irritação nos olhos pode ser tratada apenas com compressas frias. O uso contínuo dos colírios causa, além da dependência, uma mudança fisiológica e pode levar até mesmo a casos de glaucoma e catarata", afirma. A estudante Susan Iriguti, 22 anos, já se considera dependente das gotinhas. Ela conta que não se separa do colírio há cinco anos. "Comecei a usar para aliviar uma alergia e hoje não fico sem ele. Sempre tenho um de reserva", conta.

Segundo os médicos, até mesmo as vitaminas, se usadas indiscriminadamente, podem ser prejudiciais. "O excesso de vitamina C pode ocasionar cálculo renal, enquanto que a vitamina A, quando consumida exageradamente, pode levar a hipertensão intracraniana", exemplifica o clínico geral Mario Sharf. (CV)

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