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O prédio histórico que abrigava a antiga sede do Clube Curitibano, na esquina das ruas Barão do Rio Branco com XV de Novembro, no centro de Curitiba, começará a ser restaurado até o fim deste mês. As obras têm conclusão prevista para 19 de dezembro, data comemorativa da emancipação política do Paraná. Uma parceria entre a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e o grupo J. Malucelli, atual proprietário do edifício, viabilizará a reforma da edificação, construída há cerca de 50 anos.

O trabalho de recuperação dos cerca de 9 mil metros quadrados e 11 pavimentos do edifício ficarão a cargo de 25 estudantes dos cursos de Engenharia Civil e Arquitetura da UFPR. Os professores da instituição participarão do projeto orientando os acadêmicos. E, como a universidade não pode receber pelo serviço prestado, o grupo Malucelli doará computadores, beneficiando os alunos envolvidos e a própria instituição.

"Para os estudantes é uma grande oportunidade de se envolver diretamente com o mercado", afirma o diretor do Setor de Tecnologia da UFPR e coordenador do grupo, professor Mauro Lacerda Santos Filho. Como a universidade não tem um escritório profissional, utiliza estas oportunidades como laboratório para o aprendizado dos seus alunos e para a pesquisa de novos materiais e tecnologia. "O trabalho de restauração é a parte mais complicada da arquitetura, porque mexe com o patrimônio. É um desafio", comenta a estudante do último ano de Arquitetura da UFPR e participante do projeto, Leila Loezer, 21 anos.

Para o presidente do grupo Malucelli, Joel Malucelli, a importância da obra está no valor histórico do prédio. "Este edifício é um marco importante para o Paraná, onde temos nossa sede. Queremos transformá-lo numa referência, como o Palácio Avenida", afirma. De acordo com Malucelli, em alguns anos a sede do grupo deve ser tranferida para o prédio.

Os estudantes e profissionais envolvidos na obra consideram o estado geral do edifício bom, mas já detectaram fissuras na parede, esquadrias que não funcionam e problemas com revestimento, sistema hidraúlico e elétrico, além de deficiências na segurança contra incêndio. Para iniciar os trabalhos, os restauradores esperam o aval do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), já que se trata de um prédio histórico e parcialmente tombado. Ainda não foram definidos nem o valor investido, nem como se dará efetivamente a restauração. "Isto depende das especificações que o Ippuc vai exigir para a obra", explica Malucelli. Encravado em meio a importantes construções históricas, o prédio poderá ser aproveitado para a implantação de um eixo artístico-cultural, o que ajudará na revitalização do centro.

Do início dos anos 50 até o fim da década de 60, o prédio foi palco de inúmeros bailes que reuniam a nata da elite curitibana. Ir ao baile era sinônimo de status. O então estudante de contabilidade Eros Scheidt Pupo, hoje com 66 anos, era um freqüentador assíduo. "Eu não era sócio, mas nós estudantes sempre dávamos um jeito de conseguir convites", confidencia Pupo, que hoje é conselheiro do Clube Curitibano. "Lá havia uma boatinha que chamávamos de Caverna. Era freqüentado por muitas moças bonitas", recorda.

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