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Emagrecedores à base de sibutramina: endocrinologistas são contra proibição | Valterci Santos/ Gazeta do Povo
Emagrecedores à base de sibutramina: endocrinologistas são contra proibição| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo

O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, disse ontem que o último parecer técnico sobre a proibição dos inibidores de apetite deve sair em 15 dias. Com o relatório em mãos, a diretoria da agência tomará uma decisão definitiva. Barbano estima que, até agosto, o governo deve banir os medicamentos emagrecedores à base de sibutramina e de derivados de anfetamina (femproporex, anfepramona e mazindol) do mercado brasileiro. Desde o início do ano, a agência estuda vetar o uso desses remédios no país. As substâncias têm efeito anorexígeno e agem no sistema nervoso central. Inicialmente, a agência havia informado que a decisão sairia até 1.º de março.

Mas após críticas da classe médica (principalmente endocrinologistas), a Anvisa resolveu adiar a decisão e organizou debates sobre os prós e contras dos medicamentos. Segundo Barbano, se não houver "fatos novos’’, os relatórios contrários aos inibidores de apetite deverão prevalecer. "Teremos que dar uma resposta à sociedade, explicar porque esse medicamento foi banido de quase todos os países’’, disse.

Ontem, a agência organizou o último debate sobre o assunto, em Brasília. Defensores e críticos dos inibidores de apetite participaram da discussão. Para Maria Eugênia Cury, que vai coordenar o grupo que dará o parecer final da Anvisa, as informações apresentadas até agora só reforçaram as conclusões anteriores, que apontavam que os inibidores de apetite representam risco para os pacientes. "Os endocrinologistas que fizeram apresentações [defendendo a sibutramina] também não trouxeram nenhum dado novo’’, afirmou.

Mercado

O Brasil consome hoje cerca de 55% de toda a sibutramina produzida no mundo. Desde que um estudo publicado em 2009 no New England Journal of Medicine associou o uso de sibutramina a problemas cardíacos em obesos, o medicamento já foi proibido na Europa e nos EUA. No Brasil, a polêmica ainda divide a classe médica. Para o endocrinologista Walmir Coutinho, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, o veto aos emagrecedores vai deixar "milhões de obesos desassistidos’’ no país. "Ficaremos sem uma importante alternativa de tratamento’’, afirmou.

Já o diretor do Centro Brasi­­leiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, Elisaldo Carlini, vê a proibição dos medicamentos como a única forma de controlar "o uso irracional’’ dos inibidores de apetite.

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