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As ruas próximas ao prédio da reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no Centro de Curitiba, tornaram-se um local perigoso para pedestres à noite. Por ali, milhares de estudantes circulam todos os dias. Muitos deles moram nos apartamentos ao redor da faculdade e costumam ir a pé para a aula. Eles são vítimas em potencial para ladrões e gangues de marginais.

O universitário Lielson Zeni, 25 anos, viveu a pior experiência da sua vida ao ser agredido e roubado, por volta das 21h30 da segunda-feira passada, na esquina das ruas Mariano Torres com Amintas de Barros, a uma quadra da reitoria. "Nunca passei por isso. Ainda estou amedrontado, meio paranóico, olhando para os lados o tempo todo", diz. Zeni estava com a namorada Vanessa Rodrigues, que faz Letras na UFPR, e uma amiga dela quando, logo depois de saírem de uma agência bancária na Rua XV de Novembro, foram abordados por três rapazes.

"Eles chegaram correndo e um me puxou pelo braço. Parecia mais exaltado que os outros, gritou o tempo todo. Desconfio que estava drogado ou bêbado", conta o estudante, que faz mestrado na UFPR. "Entreguei a minha mochila e tentei falar com ele. Pedi para que deixasse pelo menos os documentos e a chave de casa. Foi quando ele me deu um soco no estômago."

Segundo Vanessa, a todo momento os ladrões pediram dinheiro. "Eles nos ameaçaram. Falaram que estavam armados, que iam furar a gente, mas não mostraram a faca", diz. Nervosa, a amiga de Vanessa entregou R$ 10 e eles foram embora levando a mochila com uma jaqueta e livros da faculdade. "A grande bobagem foi a gente ter entrado no banco", diz a namorada de Zeni. Ele conta que havia um grupo de sete ou oito rapazes do outro lado da rua, alguns sentados, em frente a um supermercado, quando deixaram o caixa eletrônico do banco. "Parece que eles estavam só esperando uma oportunidade".

Estilete

Seis dias antes, o professor Mário Domingues, do Departamento de Letras da UFPR, recebeu voz de assalto quando caminhava sozinho pela Avenida Marechal Deodoro, quase na esquina com a Rua Ubaldino do Amaral, por volta das 21 horas. "O sujeito encostou um estilete no meu pescoço e pediu a carteira. Pareceu não ter intenção de me agredir, mas estava bastante nervoso e me deixou um corte leve no pescoço", recorda.

A exemplo dos estudantes, Domingues tinha acabado de sair de um caixa eletrônico na Rua XV, próximo à reitoria. "Quando entreguei a carteira, ele saiu correndo. Uma viatura policial apareceu em cinco minutos. Rodamos pela região para ver se o encontrávamos, mas não achamos nada". O mesmo procedimento foi adotado no caso do mestrando. "Quando a patrulha chegou, demos umas voltas pela redondeza, mas os ladrões já tinham sumido", conta Zeni. O professor disse ter ficado surpreso com o número de solicitações da presença policial que chegaram via rádio à viatura enquanto a patrulha tentava achar o ladrão.

No dia seguinte, tanto Zeni quanto Domingues registraram um boletim de ocorrência na Central de Polícia, no Centro da cidade. "Eles falaram que muita gente tem procurado a delegacia para se queixar de roubos no mesmo local", afirma o estudante.

Refém

A violência na região da reitoria não é nenhuma novidade. Há cerca de um mês, a família de um dentista que mora na Rua Amintas de Barros foi mantida refém dentro da própria casa por três horas. Quando chegou de carro, por volta das 2 horas, o dentista foi rendido por três homens e levado para dentro da casa. Neste caso, porém, tudo terminou bem. Um vigilante, que fazia a segurança na reitoria, viu a ação e avisou a Polícia Militar. Os policiais cercaram a casa e os invasores se renderam. Ninguém ficou ferido.

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