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Em 2014, 420 mulheres foram assassinadas no Rio, 18% a mais do que no ano anterior e 8,5% do total de homicídios dolosos. Os dados são do Dossiê da Mulher, pesquisa anual que registra há dez anos os índices de violência contra a mulher no estado.

O estudo, que foi divulgado nesta quinta-feira (30) aponta que os crimes mais comuns foram estupro, ameaça e lesão corporal dolosa, e lembra que, na maioria das vezes, os autores são conhecidos da vítima.

“Os homicídios cresceram mais fortemente entre as mulheres. Considerando-se a população geral, o crescimento foi cerca de 4%. Entre as mulheres, esse aumento foi 18%”, disse a coordenadora do estudo, Andréia Soares Pinto.

Mulheres negras e pardas são maioria entre as vítimas de violência física, como homicídios e lesão corporal. Já para os crimes morais, patrimoniais e psicológicos, há mais registros de vítimas brancas. No estupro, predominam brancas e pardas.

Segundo o estudo, 12,5% dos assassinatos ocorreram em situação de violência doméstica. Em 9,8% dos casos, os autores eram os próprios parceiros ou ex-parceiros das vítimas.

O relatório aponta ainda que 31% das vítimas eram solteiras e tinham entre 18 e 34 anos.

Estupro

Houve um redução de 3% no números de vítimas de estupro de 2013 para 2014. Mais de um terço (45,5%) das 4.725 vítimas tinham entre 0 e 13 anos de idade. Ainda de acordo com o estudo, quase a metade (42,1%) das vítimas tinha relação com o estuprador.

“No caso dos estupros, a maior conscientização das mulheres foi um fator muito importante para inibir o estuprador. Como boa parte acontece dentro de casa, a mulher muitas vezes sente dificuldade de relatar o caso para a polícia e até para a própria família. Daí a importância das campanhas”, diz Andreia.

O crime de ameaça, primeiro estágio do ciclo de violência contra a mulher, aumentou 3,7% em relação ao ano anterior. Foram 57.258 ameaças, 48,6% delas feitas pelo companheiro ou ex-companheiro.

O dossiê também mostra que as mulheres são a maioria das vítimas em crimes como agressão (em que elas são 64% das vítimas), ameaça (65,5%) e injúria, calúnia ou difamação (73,6%).

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