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Em média, 64 mil pessoas passam pelo Mercado Municipal de Curitiba todas as semanas | Cesar Machado/ Gazeta do Povo
Em média, 64 mil pessoas passam pelo Mercado Municipal de Curitiba todas as semanas| Foto: Cesar Machado/ Gazeta do Povo

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Festa terá oficinas de culinária e inauguração de bicicletário

A programação dos 56 anos do Mercado Municipal de Curitiba começa às 9 horas de hoje, com duas oficinas de culinária. Uma de brigadeiro saudável (com biomassa de banana), para crianças, e uma de sucos de frutas da estação, para o público adulto. Para participar, não é preciso fazer inscrição. Basta comparecer à entrada da Avenida Sete de Setembro. Às 11 horas, haverá inauguração do bicicletário, no estacionamento do subsolo. A festividade segue com uma homenagem aos 10 comerciantes mais antigos do local, seguida de bolo e parabéns. Durante a manhã, também haverá apresentação de integrantes do coral da Universidade Federal do Paraná. Segundo a administração, atualmente, 193 empresas formam o Mercado Municipal. O local atrai uma média de 64 mil pessoas por semana.

O dia 2 de agosto de 1958 permanece vivo na memória do baiano Osvaldo Cardoso Vieira, 88 anos. Naquele ano, fez as malas para a capital paranaense, depois de ter tentado a vida em Jacarezinho (PR) e Marília (SP), com uma ideia um tanto ousada: aproveitar a experiência com comércio de calçados para investir em uma banca de frutas e cereais no recém-construído Mercado Municipal de Curitiba.

"Houve uma festa de inauguração naquele dia, mas não tinha muitos comerciantes. O bairro não era tão populoso, o pessoal não acreditava que fosse dar certo", recorda ele, um dos 10 permissionários pioneiros que serão homenageados hoje na festa de 56 anos do Mercado.

Quase seis décadas depois, pouca coisa ali lembra aqueles tempos em que o próprio prefeito Ney Braga e a esposa iam – "sem nenhum segurança" – fazer as compras da família na banquinha de Osvaldo. "Não tem mais clientes daquele tempo, até os colegas que trabalhavam aqui já morreram." A freguesia, agora, é bem mais exigente do que nos idos de 1960. E com razão, reforça. "Me dei bem, porque passamos a adquirir produtos melhores. A classe média alta não se importa com preço, mas exige qualidade."

Aposentadoria? Nem passa pela cabeça do comerciante mais antigo do Mercado Municipal. "Sento um pouquinho aqui, porque a coluna dói. Mas atendo pessoalmente os clientes. Manter a mente ocupada nos deixa lúcidos. É uma terapia, se parar, morre." Hoje, toda a família Vieira trabalha junta: a esposa de Osvaldo – dona Elza – tem uma loja na frente, e os filhos ajudam no negócio. "O segredo do sucesso são três coisas: higiene, produto de qualidade e atendimento de qualidade", ensina ele, que atende de 100 a 200 clientes por dia.

Outro pioneiro é o barbeiro Shignobu Yoshida, 78 anos, que chegou ao Mercado em 1960. Nascido em Lins, interior de São Paulo, aprendeu o ofício com o pai, imigrante japonês. Hoje, tem uma clientela fiel, que não abre mão de sua navalha ou do corte baixinho, feito a tesoura mesmo. "Alguns já morreram, mas continuo atendendo o filho, o neto. Cada um pede um jeito, são diversos tipos de corte", conta.

Mesmo com a idade avançada, trabalha seis dias por semana e chega a cortar 28 cabelos por dia. "O médico disse para ele trabalhar meio período, mas ele continua vindo o dia todo", conta Ney Garanhani, que ajuda Yoshida na barbearia. Com tesouradas precisas e pacientes, o barbeiro é um dos atrativos do Mercado Municipal. "Venho aqui há três anos por causa dele. Às vezes até almoço, mas é ele o motivo que me traz aqui", diz o consultor Luís Araújo, 58 anos.

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