Aos poucos, Recife volta à rotina

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O primeiro dia após o anúncio do fim da greve da Polícia Militar em Pernambuco foi de volta à rotina. Se na noite de quinta-feira o Recife tinha ares de cidade fantasma, ontem de manhã já voltava ao normal.

Em todas as regiões da cidade, pessoas caminhavam nas ruas, e o comércio reabriu. Até os congestionamentos, que um dia antes haviam desaparecido por causa dos assaltos, saques e arrastões, voltaram a tomar conta da cidade.

A diarista Leni Souza, que faltou ao trabalho na quinta-feira, retornou ontem. "Fiquei tão nervosa que chorei vendo os saques na televisão", disse.

A vendedora Lucilene Araújo disse que só se sentiu segura ao ver homens do Exército e da PM fazendo ronda no bairro de Peixinhos, em Olinda. Na noite anterior, ela ainda não acreditava que a greve havia acabado. "Pensei que era mentira. Mas hoje já dá para ver que as coisas estão normais", afirmou Araújo, que vende cartelas de jogo em uma banca na calçada.

Na loja de eletrodomésticos da região, funcionários removeram os tapumes instalados no dia anterior por causa da onda de saques.

O comércio em Casa Ama­­rela, na zona norte do Recife, e em São José, no centro, também reabriram nesta manhã.

A reportagem circulou por todas as regiões da cidade e só não encontrou PMs na zona sul.

Histórico

Após três dias de pânico, bombeiros e policiais militares de Pernambuco decidiram encerrar a greve na quinta-feira. Em assembleia, a categoria aceitou a proposta do governo de incorporar a gratificação por risco de vida ao salário. A Força Nacional de Segurança teve de agir em meio à onda de saques, arrastões, assaltos e homicídios, e fica na cidade até hoje.