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Os transtornos dos últimos meses nos aeroportos brasileiros têm deixado preocupados pais que pretendem mandar seus filhos menores de idade viajarem sozinhos. Apesar do acompanhamento dos funcionários das empresas aéreas no trajeto, o medo é de que a criança fique perdida no aeroporto. Como no caso da menina Jéssica Portilho, de 10 anos, que no dia 5 de dezembro embarcaria de Brasília para Belém (PA), onde visitaria a família. Por causa dos atrasos nos vôos, a menina ficou sozinha, sem nenhuma comunicação com a família, no saguão de embarque do aeroporto de Brasília por 30 horas.

Temendo casos como esse, a financeira aposentada Cristina Barroso, 50 anos, não permitiu que a neta Andressa, 11, viajasse nas férias para visitar a mãe, Ana Luiza, que mora perto de Boston, nos Estados Unidos. Antes, a menina já havia viajado sozinha três vezes e mesmo as quatro filhas de Cristina viajavam sozinhas quando adolescentes, com grupos de amigos. Nesses casos, nem a neta nem as filhas tiveram qualquer problema. Embarcaram e chegaram ao destino conforme o previsto, mesmo sem a companhia de um adulto.

A viagem mais recente da neta foi no início do mês passado. Após ir sozinha para os Estados Unidos em setembro, Andressa voltou da mesma forma no começo de novembro. "A mãe queria que ela fosse agora. Mas expliquei para as duas que nessa situação em que estão os aeroportos não é recomendável uma criança viajar", explica Cristina. A esperança é de que todos os transtornos aéreos sejam resolvidos antes do início do ano letivo. "Acredito que até lá tudo se resolva e que minha neta possa visitar a mãe antes do início das aulas."

A agente de viagem Josanne Savas, diretora da Tripoli Turismo, afirma que, desde que a crise começou, nenhuma passagem para menores de idade viajar sozinhos foi vendida na agência. Josanne afirma que nessa época do ano é comum os pais mandarem os filhos passar férias com parentes em locais como o Nordeste. "Essas viagens são diferentes de excursões, que têm guias para cuidar das crianças. Portanto, os pais ficam inseguros de que, viajando sozinha, a criança fique perdida no aeroporto", afirma Josanne.

Recomendação

O vice-presidente regional da Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav-PR), Celso Tesser, recomenda aos pais que procurem vôos diretos para embarcar os filhos, sem conexões. Dessa forma, o risco de atraso é reduzido. "O ideal é a criança não descer do avião durante todo o trajeto. Assim, diminui-se o risco de ela ficar retida no aeroporto durante uma conexão", aponta. Para vôos internacionais, em que geralmente não há como não se fazer conexão, Tesser recomenda que o passageiro chegue ao aeroporto de quatro a cinco horas antes do horário do vôo, e não duas horas antes, como é usualmente feito.

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