Apagão aéreo dá o tom do IV Festhumor

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Foz do Iguaçu – Críticas ao apagão aéreo brasileiro estão dando o tom aos cartuns expostos no IV Festival de Humor Gráfico das Cataratas (Festhumor), aberto ontem em Foz do Iguaçu. O tema deste ano, "Planeta Avião", inspirou cartunistas brasileiros e estrangeiros a expressar por meio de traços e cores o caos instalado nos aeroportos do país.

Desenhos que mostram turistas rezando em aeroportos ou passageiros pilotando aviões nas próprias poltronas são alguns dos exemplos da criatividade e bom humor dos artistas. A escolha do tema foi inspirada no fato de Alberto Santos Dumont ter contribuído para tornar o Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, uma área pública, e também o evento coincidir com o centenário do primeiro vôo de Santos Dumont em Paris, a bordo do 14-Bis.

Nesta edição, a organização do Festhumor recebeu 5.240 trabalhos de 96 países. Desse universo, foram selecionados 300 cartuns, por meio de quatro etapas. Os desenhos ficarão expostos no Hotel Carimã até dia 15 de janeiro de 2007. Os vencedores serão anunciados no próximo dia 20 no Bar do Jeremias – personagem do cartunista Ziraldo Alves Pinto – em São Paulo (SP). O primeiro colocado receberá prêmio de US$ 10 mil.

Segundo o diretor-presidente da Fundação Cultural de Foz do Iguaçu e coordenador do evento, Rogério Bonato, o júri é formado por celebridades do meio artístico e da comunicação, cujos nomes estão sendo mantidos em sigilo.

Bonato diz que este ano o Festival traz novidades. Uma delas é a mostra de pelo menos 100 desenhos feitos por crianças de escolas municipais de Foz, com o mesmo tema do evento. Paralelo à exposição dos cartuns ainda estão sendo realizados o Festival de Cinema de Comédia, Festival Latino-americano de Tablado de Comédia, palestras e oficinas de cartuns para crianças.

O Feshumor é uma realização da Fundação Cultural de Foz do Iguaçu, com apoio do Iguassu Convention Bureau, Itaipu Binacional e governo do estado.

O festival já foi alvo de polêmicas. Este ano, o Ministério Público denunciou à Justiça Federal de Foz do Iguaçu irregularidades na primeira edição do festival, em 2003. Dois processos envolvendo o tema correm nas varas Cível e Criminal. Na primeira, a denúncia é de improbidade administrativa, e na segunda estelionato e falsidade ideológica.

Entre os acusados estão 13 pessoas, entre dirigentes do Iguassu Convention Visitors Bureau, executor do evento, e o cartunista Ziraldo Alves Pinto, criador da logomarca do evento, que está sendo aguardado para participar desta edição. Segundo Bonato, que também está na relação de acusados, as denúncias são infundadas. "Sempre quando há pessoas fazendo algo há outras querendo destruir", diz.