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O diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, afirmou nesta terça-feira (17) que o blecaute que atingiu 18 estados no último dia 10 não teria como ser evitado. Segundo ele, houve três curtos-circuitos praticamente simultâneos próximo à estação de Itaberá, em São Paulo, causados por condições climáticas adversas, o que é raríssimo e nunca tinha ocorrido no sistema elétrico nacional.

"Não se planeja, é antieconômico se planejar um sistema para suportar uma contingência desse nível de probabilidade. Extremamente remota. Para suportar essa contingência, eu precisaria ter um sistema desse redundante. Ou pelo menos mais dois. É antieconômico", afirmou Hermes Chipp, em entrevista a jornalistas no Rio.

Segundo ele, desde 2000, houve nove ocorrências de curtos-circuitos triplos, mas com intervalos entre três a cinco segundos entre eles. No caso do último dia 10, no entanto, após o primeiro curto, às 22h13, outros dois ocorreram em intervalo de tempo de 13,5 milisegundos e 3,2 milisegundos.

"Eu presido um grupo que congrega 12 dos maiores operadores do mundo e ninguém tem um critério de planejamento desse tipo. Nós já estamos operando esse sistema com um critério superior ao padrão internacional. Se fossem contingências duplas nessas condições nada aconteceria", afirmou o diretor geral do ONS.

Hipóteses

Segundo ele, duas hipóteses são apontadas como as possíveis causas da descarga elétrica que causou o apagão. Uma delas é uma descarga atmosférica – um raio – e a outra seria a perda de capacidade de isolamento dos equipamentos, causada pelas condições climáticas, como a chuva.

A descarga ocorreu em uma fase de uma linha e, antes dessa linha ser desconectada como proteção, outros dois curtos-circuitos ocorreram nas outras duas linhas de transmissão. Os curtos se deram próximo à estação de Itaberá, em São Paulo, onde as linhas que levam energia de Itaipu até São Paulo estão mais próximas.Cerca de 70 técnicos de empresas do setor impactado pelo apagão estiveram reunidos nesta terça na sede da ONS, no Rio. Um relatório será elaborado até a próxima segunda-feira (23) e remetido ao Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico e, em seguida, à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

"Agora, os especialistas vão olhar se você tem alguma medida, mesmo que seja antieconômica, para evitar uma coisa igual a essa isso será feito. Nenhum sistema do mundo é imune a blecaute", afirmou Chipp, que descartou a ação de hackers e falhas na manutenção dos equipamentos como causas do blecaute.

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