• Carregando...
Na Terra Santa, as partidas de futebol à noite foram interrompidas após o furto da fiação elétrica | Walter Alves/Gazeta do Povo
Na Terra Santa, as partidas de futebol à noite foram interrompidas após o furto da fiação elétrica| Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo

Recuperação

No total, 32 quilômetros de margens de rios, onde antes viviam famílias de maneira irregular, serão recuperadas pela Cohab em Curitiba. A iniciativa pretende fornecer novas áreas de esporte e lazer para a comunidade dos entornos, além de impedir novas ocupações nesses locais. Veja quais equipamentos serão instalados nessas regiões:

- 14,5 km de calçadas e ciclovias compartilhadas.

- 192 mil m2 de grama.

- 25,1 mil mudas de árvores.

- 37 campos de futebol de areia.

- 9 quadras de vôlei.

- Uma pista de skate.

- 37 áreas de estar com bancos.

- 36 playgrounds.

- 4 academias ao ar livre.

R$ 9,18 milhões

foi o total investido no reassentamento de 349 famílias no bairro São Miguel, que viviam em área de manancial do Rio Passaúna. Os recursos contemplam tanto a construção das novas moradias quanto a criação da Praça Bela Vista do Passaúna.

Soluções

Como é possível evitar o vandalismo nos espaços transformados pela prefeitura?

Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br

As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

O trabalho de transformação das margens de rios ocupadas irregularmente, iniciado no fim do ano passado pela Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), já dá frutos em bairros como Tatuquara e São Miguel, onde os casebres foram substituídos por quadras de esportes, playgrounds, calçadas e áreas de descanso.

Mas a recuperação ambiental dessas regiões tem enfrentado um desafio comum a outras áreas públicas da cidade: o vandalismo e a falta de manutenção. No total, a prefeitura pretende recuperar 32 quilômetros de beiras de rios na capital – das 4,9 mil famílias reassentadas nos últimos quatro anos, 90% viviam nesses locais.

Algumas praças construídas recentemente, no entanto, já trazem sinais de deterioração. No antigo espaço ocupado por mais de 600 famílias na Vila Terra Santa, no Tatuquara, nem mesmo o peso dos tampões de pedra das mesas e dos bancos impediram que o material fosse quebrado ou levado do lugar. Buracos se destacam em meio às telas das quadras de futebol de areia, onde as partidas à noite foram interrompidas por tempo indeterminado: a fiação elétrica dos postes de luz ao redor do campo foi roubada, segundo moradores.

No Bairro São Miguel, na comunidade do Alto Bela Vista, algumas cenas se repetem, mas em menor intensidade. Pichações se estendem ao longo da pista de caminhada da Praça Bela Vista do Passaúna – área onde viviam 349 famílias em área de manancial – e a placa que dá nome ao lugar foi depredada. O projeto do Bela Vista foi o primeiro em Curitiba a contemplar todo o ciclo de reassentamento das famílias, desde a construção das novas unidades habitacionais até a instalação dos equipamentos de esporte e lazer.

"Vandalismo existe em qualquer lugar. O que precisa ocorrer nessas áreas é um processo de conscientização, de trabalhar o espírito comunitário. Temos de ter essa consciência para a gente não se frustrar e decepcionar", afirma a diretora técnica da Cohab, Teresa Oliveira.

A criação das demais praças deve ocorrer ao longo dos próximos anos e já há outras obras em andamento nos bairros Parolin e Novo Mundo e ao longo do Rio Barigui. A companhia também afirma que tem acompanhado a utilização dos novos espaços e feito a manutenção quando necessário.

Envolvimento

Para a urbanista Gislene de Fátima Pereira, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o envolvimento da comunidade é essencial para manter as praças em bom estado a longo prazo. "Os moradores devem se sentir donos e responsáveis pela área. E isso decorre de um trabalho social, de identificar lideranças, fazer reuniões e estabelecer um plano de ação para aquele espaço", reforça.

São Miguel tem a 2.ª maior praça da capital

Com 31 mil metros quadrados, a Praça Bela Vista do Passaúna, no bairro São Miguel, é a segunda maior da cidade. Só perde para outra velha conhecida dos curitibanos, a Praça Nossa Senhora da Salete, no Centro Cívico. O espaço foi criado em dezembro do ano passado, após o reassentamento de 349 famílias que viviam nas proximidades do Rio Passaúna.

Como é de praxe, o lugar fica mais movimentado aos sábados e domingos. Mas, mesmo durante a semana, há quem aproveite a sombra das árvores ainda tímidas, em "fase de crescimento". Caso de Luis Carlos Gonçalves, morador do bairro desde a adolescência, que em plena quinta-feira à tarde descansava em um dos bancos acompanhado pela família. Ele reconhece que a praça é pouco cuidada pela comunidade – o que não impede que ela seja um sucesso entre quem mora ali perto.

Equipamentos

"Melhorou bastante [desde o reassentamento]. Sempre que dá, a gente procura frequentar, nem que seja pra caminhar um pouco", afirma Anny Kethlin, que trabalha em um salão de beleza logo em frente à praça. Ela só tem uma reclamação: há espaço de sobra, mas poucos equipamentos de esporte e lazer. De fato, o que mais chama a atenção é o longo tapete verde que se estende até onde vai a vista. Distribuídos pela praça, estão dois playgrounds, quatro quadras de areia, uma pista de skate e alguns equipamentos de ginástica, além de uma área de estar com mesinhas.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]