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Um homem alegre, calmo e não violento, que ao longo dos 37 anos de serviço no Corpo de Bombeiros foi promovido quatro vezes por merecimento, chegando ao posto de coronel em 2005. Essas são algumas das principais características apontadas por amigos quando falam de Jorge Luiz Thais Martins, ex-comandante da corporação. Baseados nesses atributos, eles acreditam veementemente na inocência de Martins, acusado de matar nove pessoas em série como forma de vingança pela morte do filho, e garantem que o coronel jamais seria o autor dos crimes.

Martins iniciou sua carreira militar em 1975, quando ingressou na Academia Policial do Guatupê como cadete. Tornou-se coronel em 2005. A carreira no Corpo de Bombeiros foi marcada por diversas condecorações. Recebeu as medalhas de Policial Militar de Bronze, Prata e Ouro, a de Mérito Gratidão do Paraná, além de outras vindas de outros estados e países. "Esta é a maior injustiça que podem fazer. Eu tenho certeza absoluta de que não foi ele", garante o policial militar Adalberto Batisti, amigo de Martins há 36 anos.

Entre as atuações marcantes na carreira do coronel estão o atendimento na queda do teleférico de Matinhos, no litoral do estado, em 1995, e o resgate às vítimas do prédio que desabou em Guaratuba, no mesmo ano. Nesta ocasião, contam os amigos, o coronel ficou cinco dias sem dormir em trabalho ininterrupto.

A tranquilidade é a principal característica de Martins, diante da família assim como de seus amigos e comandados. O tenente-coronel Luiz Henrique Pombo do Nascimento, da mesma corporação e que trabalhou por 10 anos com Martins, acredita na inocência do coronel. "Enfrentamos vários problemas operacionais e ele sempre foi uma pessoa com a cabeça no lugar, muito ponderada nas atitudes que ele tomava", comenta.

Filho assassinado

Os amigos contam que, mesmo sofrendo muito após o assassinato do filho, Jorge Guilherme, de 27 anos, por quem tinha profunda admiração, o coronel não esboçou nenhum sentimento de revolta e manteve-se sempre confiante no trabalho da Justiça. Jorge Guilherme foi morto em uma tentativa de assalto no bairro Boqueirão, no dia 22 de outubro de 2009. A dedicação ao trabalho foi a maneira encontrada por Martins para superar o sofrimento, uma espécie de válvula de escape.

"Nos últimos meses, a tristeza estava se acalmando, mas de repente explode tudo outra vez com essas acusações", lamenta o ex-comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Manoel Dias Paredes, amigo de infância de Martins. Desde a semana passada, quando ele se apresentou à polícia, a tranquilidade do coronel Martins deu espaço ao abalo emocional. Fontes próximas ao ex-comandante afirmam que na prisão ele está muito ansioso e abalado, comendo pouco e fumando muito. Durante a noite de domingo, ele teria passado mal com uma queda de pressão e um cardiologista foi chamado para atendê-lo.

Em sites de relacionamento na internet, diversas manifestações declaram apoio ao coronel. Mais de 700 pessoas participam de comunidades virtuais denominadas "Amigos do Coronel Martins". Elas acreditam na inocência do acusado e publicam frases que destacam seu caráter, afirmando se tratar de um "herói" e de um "grande ho­­mem".

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