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Turismo

Abav critica plano de reforma

Fora da maior parte dos roteiros turísticos de Curitiba, a Rua 24 Horas corre risco de não ter de volta o prestígio de cartão-postal, mesmo com a reforma. A opinião é do presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Paraná (Abav-PR), Antônio Azevedo. Ele explica que a, com o conceito comercial não apresenta nenhum diferencial. "A rua vai estar concorrendo com outros equipamentos empresariais. Já temos supermercados e farmácias 24 horas", afirma. Para Azevedo, uma solução seria transformar a 24 Horas em Rua das Etnias, com lojas e restaurantes típicos de vários países.

A supervisora de planejamento do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Célia Regina Bim, explica que o objetivo da obra não foi o atrativo turístico. "O projeto foi feito em um momento em que não tínhamos shopping, com o intuito de se fazer com que a população tivesse diversidade de uso", explica. Ela aponta que a prioridade do novo projeto é melhorar os ambientes.

No aniversário de 16 anos, a Rua 24 Horas está fechada. Ontem, os seis comerciantes que ainda mantinham lojas abertas providenciaram os últimos detalhes para a mudança de endereço. Além da atividade comercial, o acesso de pedestres também foi bloqueado. O motivo do fechamento provisório é a primeira reforma geral do local, estimada em R$ 5 milhões, mas sem data para ser iniciada.

Até o fim de setembro, a prefeitura pretende lançar o edital de licitação para escolher a empresa que fará as obras e administrará a Rua 24 Horas. Apesar de o fechamento ser o primeiro passo da revitalização, o sentimento entre os comerciantes é de tristeza. "Domingo, aqui estava cheio de turistas. É uma pena que o poder público deixou a rua deteriorar de tal forma que temos de fechar", afirma a proprietária há 11 anos de um café, Cândida Mendes. Com o fechamento, a empresária teve de demitir seis funcionários e calcula um prejuízo de R$ 20 mil.

Assim como outros dois empresários, Cândida recebeu a promessa de retorno quando as obras forem concluídas. A duração prevista da reforma é de seis a oito meses. O restante do empresariado será transferido. "Já me ofereceram a Rua da Cidadania da Praça Rui Barbosa, mas não aceito sair daqui", reclama Jurcéia Dalla Vechia, proprietária de uma lanchonete. Ela calcula ter pago de R$ 10 mil a R$ 12 mil pelo ponto, há dez anos, e pretende aguardar nova proposta. Segundo a Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), que gerencia os contratos da Rua 24 Horas, um estabelecimento, dentre três, já aceitou ir para outro espaço. As opções são o Shopping Popular, Parque Tanguá, Mercado Central e Ruas da Cidadania.

Freqüentadores também lamentam o fechamento provisório da rua. A dona de casa Marisa Bueno foi pega de surpresa ao se deparar com o caixa eletrônico fechado. "Sempre passo por aqui e o banco me fez falta hoje."

A situação da Rua 24 Horas é de abandono, com rachaduras e infiltrações na cobertura e falta de segurança. É com esse cenário que o espaço, a primeira rua comercial coberta do Brasil, completa hoje 16 anos. No início, 42 lojas funcionavam dia e noite. Nos últimos dias, nenhuma loja atendia de madrugada.

A previsão da prefeitura é de que depois da revitalização a rua volte a ter atendimento ininterrupto. "Quando reabrir a Rua 24 Horas acredito que irá ser como foi quando começou a funcionar. Todo mundo critica a deterioração da rua, mas o interesse por ela persiste", afirma o presidente da Associação dos Lojistas da Rua 24 Horas, Roberto Amaral.

De acordo com o projeto do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), em vez de concentrar várias lojas de ramos similares, a rua terá apenas seis usos: restaurante, café, revistaria, minimercado, farmácia e loja de presentes e artesanato. Para financiar a empreitada, será feita uma Parceria Público-Privada (PPP) e o investidor que vencer a licitação terá direito de exploração comercial por dez anos. Assim, o gerenciamento de seis permissionários, como era feito, passará para apenas uma pessoa.

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