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Luiz Carlos Rossi, pai de Amanda: crime sem resposta mudou a vida da família e debilitou a saúde dos pais | Gilberto Abelha/Jornal de Londrina
Luiz Carlos Rossi, pai de Amanda: crime sem resposta mudou a vida da família e debilitou a saúde dos pais| Foto: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina

Família vive angústia à espera de justiça

Para a família da estudante Amanda Rossi, os últimos dois anos têm sido de angústia, sofrimento e, principalmente, questionamentos. A maior dúvida é sobre os motivos que levaram ao assassinato de Amanda.

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Na terça-feira, 27 de outubro, completam-se dois anos do assassinato da estudante Amanda Rossi, encontrada morta dentro da casa de máquinas da Uni­versidade Norte do Paraná (Uno­par), em Londrina, no Norte do estado. Vinte e quatro meses depois da morte da jovem, ainda há dúvidas sobre o que motivou o crime e se os suspeitos que estão presos são os verdadeiros autores do homicídio. A juíza da 1.ª Vara Criminal de Londrina, Elizabeth Kather, promete concluir o caso até dezembro.

A magistrada afirma que até o fim do ano define a situação de Dayane de Azevedo, 27 anos; Alan Aparecido Henrique, 29 anos; e Luiz Vieira da Rocha, 35 anos, apontados como os autores do crime. Elizabeth afirma que precisa de mais detalhes para definir a pena ou soltar os acusados. "Até o fim de novembro todos os advogados do caso devem fazer as alegações finais. Depois disso, minha sentença sai em um dia". Seu pronunciamento vai encerrar mais um capítulo de um crime sem motivo aparente, com versões contraditórias, sem testemunhas, com três acusados presos e um mandante não identificado.

No fim do ano passado, a polícia prendeu o trio com base no depoimento de Dayane, que confessou ter participado do assassinato e apontou os dois rapazes como os executores. E esse depoimento é a prova utilizada pela acusação contra Rocha e Henrique. A advogada da família de Amanda e assistente da acusação, Helen Kátia Cassiano, também aponta as contradições nos depoimentos dos réus e a falta de álibis confiáveis como fatores que agravam a situação dos acusados.

"Dayane prestou um depoimento rico em detalhes, como quem estava dentro do carro. Na reconstituição do crime, houve apenas uma contradição, pois ela disse que os rapazes bateram a cabeça [de Amanda] em um cilindro de ar, mas o perito disse que isso não aconteceu. No restante, tudo o que ela descreveu está dentro da cena do crime, o que comprova que ela realmente esteve lá", afirma Helen Kátia.

Tanto Rocha quanto Henrique negam o crime. Em defesa, eles disseram que estavam em uma festa à fantasia. A advogada de acusação argumenta que os dois foram contraditórios em seus depoimentos. "Os álibis não se sustentam. Alan Henrique chegou a afirmar que estava trabalhando, mas não conseguiu provar nada", destacou.

O delegado de Homicídios, Paulo Henrique Costa, informa que as investigações sobre os três acusados ainda não foram concluídas, o que não implica na reabertura do inquérito, finalizado pela Polícia Civil em fevereiro deste ano. "Nos últimos meses tivemos novas informações e estamos ouvindo novas testemunhas. Queremos aperfeiçoar a ligação dos suspeitos com a verdadeira mandante, além de darmos mais subsídios para a promotoria", diz.

Costa confirma que não há provas materiais que liguem Hen­rique e Rocha ao crime. "As novas informações de pessoas que viram Amanda na festa reforçam a participação deles", afirmou.

Para o advogado de defesa de Rocha, Leonardo Viana, o fato de a Justiça ter baseado o pedido de prisão somente no depoimento de Dayane é "o maior erro judiciá­­rio da história de Londrina". "Meu cliente é inocente. Estão querendo solucionar esse caso a todo custo, mesmo sem provas. Não há nada que ligue o Rocha ao crime e mesmo assim ele está preso. A Justiça não pode ser tão arbitrária, pois o depoimento dessa jovem (Dayane) parece ter sido encomendado".

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