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Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical" | Reprodução www.globo.com/paraisotropical
Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical"| Foto: Reprodução www.globo.com/paraisotropical

Há espaço para negociação, diz diretora

Aproveitando o dia sem aulas, a diretora-geral do CEP, Maria Madselva Ferreira Feiges, passou o dia em reuniões para tentar "reorganizar" a situação no Colégio Estadual. Desde o começo dos protestos, Madselva diz que recebeu telefonemas de solidariedade do governador Roberto Requião e do secretário de Educação, Maurício Requião. E afirma que permanece no cargo.

Leia trechos da entrevista com a diretora-geral do CEP, Maria Madselva Ferreira Feiges

Família vai processar colégio e Polícia Militar

Familiares do estudante Arthur Whembller Pereira (foto), de 17 anos, apreendido pela Polícia Militar anteontem, durante manifestação dos alunos contra a direção do Colégio Estadual, afirmaram que vão processar a escola e a PM. "Vamos conversar com todas as testemunhas que viram meu filho sendo algemado e levantar as fotos e vídeos que foram feitos dele sendo preso pelos policiais. Além disso, ele foi agredido no colégio e na delegacia. Vamos entrar com uma ação na Justiça reclamando nossos direitos", disse Alexsandra Castro da Silva, mãe dele.

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Depois de dois dias com aulas suspensas e protestos, o Colégio Estadual do Paraná volta às atividades normais hoje ainda em clima tenso. Parte dos alunos promete boicotar as aulas enquanto o governo do estado não substituir a direção do colégio. Por outro lado, a diretora-geral, professora Maria Madselva Ferreira Feiges, diz que permanece no cargo e a Secretaria de Estado da Educação afirma que tem "disposição de tomar as providências legais cabíveis, para assegurar o pleno funcionamento da instituição escolar".

Desde a tarde de quarta-feira, quando dois adolescentes acabaram detidos dentro da escola pela Polícia Militar, as aulas estavam suspensas. Mesmo assim, muitos estudantes foram ontem ao Estadual. Eles espalharam cartazes pelas paredes acusando a diretora de ter postura ditatorial. Apesar dos protestos, o dia foi tranqüilo.

Para hoje, os alunos que lideram a manifestação marcaram um abraço ao colégio, no horário de entrada do turno da manhã, às 7h30. Logo em seguida, deve ocorrer uma reunião da Associação de Pais, Mestres e Funcionários. A diretora-geral pretende usar o espaço para falar com os pais sobre o sistema de recuperação adotado na escola – segundo ela, um dos motivos de insatisfação dos alunos. Os protestos dentro do colégio – o maior da rede pública paranaense, com 4,5 mil alunos – começaram na terça-feira. Os estudantes afirmam que a diretora não é democrática e pedem eleições diretas para o cargo. Hoje, o Estadual é o único colégio ligado à Secretaria de Educação em que o diretor é nomeado pelo governo do estado. A detenção de um aluno e de um ex-aluno do colégio durante os protestos de quarta deixou os ânimos ainda mais acirrados.

Para a diretora do colégio, o movimento tem fundo político. "Vejo três questões como as principais na atual discussão", afirmou ontem. A primeira, de acordo com ela, seria a eleição para o grêmio estudantil, que teria politizado os assuntos do colégio. "Os partidos políticos todos têm interesse no colégio, por onde passam 7,5 mil pessoas todas as semanas, e acabam entrando aqui", diz.

Em segundo lugar, estariam algumas mudanças que a direção teria promovido. "Fizemos um sistema de contraturno que está absolutamente dentro do que a Lei de Diretrizes e Bases prevê", diz. Alguns estudantes afirmam que o novo modelo privilegia os alunos que menos estudam. Em terceiro lugar, estaria a insatisfação com o sistema de escolha da direção. "Já falei para eles que o caminho nesse caso é fazer um projeto para mudar a lei. Indiquei inclusive como eles poderiam achar um advogado para fazer isso", diz.

Os alunos e professores que apóiam o movimento enumeram várias outras razões para a insatisfação. Em um documento enviado à Secretaria de Educação eles incluíram 25 pontos que deixaram a comunidade do colégio contra a direção. Entre eles, estaria a aprovação de alunos via ato administrativo. De acordo com os professores, alunos que já estavam reprovados, às vezes em diversas disciplinas, foram passados de ano depois que Madselva assumiu a direção, em fevereiro. "Tenho alunos que passaram do 1.º para o 2.º ano depois de já ter as notas do primeiro trimestre fechadas", diz uma professora que não quer se identificar.

Segundo a diretora, os casos em que alunos foram aprovados se deveram a um problema no sistema de registro de informações do colégio. Ela conta que os pais de estudantes reprovados entravam com recursos. Quando iam ver os registros de classe que comprovariam as faltas dos alunos, porém, os pedagogos notavam que os documentos estavam incompletos. Portanto, não havia maneira de provar judicialmente que o motivo da reprovação era justo – e os alunos acabavam aprovados.

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