• Carregando...
Com faixas, manifestantes brasileiros protestaram contra o aumento na fiscalização na fronteira | Marcos Labanca/Agência de Notícias Gazeta do Povo
Com faixas, manifestantes brasileiros protestaram contra o aumento na fiscalização na fronteira| Foto: Marcos Labanca/Agência de Notícias Gazeta do Povo

Brasileiros e paraguaios fecharam nesta seguna-feira (27) a Ponte da Amizade, ligação entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, durante seis horas, no mesmo dia em que o vice-presidente da República, Michel Temer, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, estiveram na fronteira para acompanhar a Operação Ágata 7, desencadeada pelas Forças Armadas para coibir o contrabando e narcotráfico na região. A ponte foi bloqueada por volta das 6h30 e aberta pouco depois das 12h30. Os manifestantes protestavam contra o rigor da fiscalização e reclamavam do impacto da ação militar no setor comercial de Foz do Iguaçu e Ciudad del Este.

Durante visita ao 34º. Batalhão de Infantaria Mecanizada, em Foz do Iguaçu, Temer disse que a manifestação mostra que a operação está surtindo efeito, e que esse tipo de ação será permanente. "A Operação Ágata traz prejuízo ao contrabando, ao descaminho e é um resultado positivo. Se não fosse a operação talvez não houvesse essa manifestação. Agora compreendendo naturalmente a angústia daqueles que de alguma maneira - ainda que ilicitamente comercializam - mas o fato é que trata-se de um ilícito", argumentou. O vice-presidente é coordenador do Plano Estratégico de Fronteiras, no qual está prevista a Operação Ágata.

Temer e Cardozo se reuniram com militares durante 40 minutos e depois fizeram um sobrevoo de helicóptero pela região. Logo após o almoço, eles deixaram a cidade.

Alternativa

No período em que a ponte permaneceu fechada, a população precisou cruzar a fronteira a pé. No lado brasileiro, a fila de veículos para entrar no Paraguai passou de dois quilômetros. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Exército reforçaram a segurança no local.

Insatisfação

No lado paraguaio, a ponte foi fechada pelos chamados ‘paseros’ - trabalhadores que transportam hortifrutigranjeiros de Foz do Iguaçu para Ciudad del Este. Os manifestantes reclamam do arrocho da fiscalização na aduana de Ciudad del Este e do valor da cota de US$ 150,00, estipulada pelo governo paraguaio para limitar a compra de mercadorias no Brasil. Ele reivindicam uma cota de US$ 1 mil. O movimento paraguaio também contou com apoio de taxistas e comerciantes de Ciudad del Este que se dizem prejudicados pela fuga de compradores em razão da operação brasileira.

Na aduana brasileira, o protesto foi engrossado por mototaxistas, sacoleiros e comerciantes. Empresário na Vila Portes, Lindomar Ferreira diz que o movimento no comércio do bairro caiu 70% após o início das operações na fronteira. "Foz do Iguaçu não tem emprego e empresas. O pessoal depende da muamba e fica sem dinheiro para comprar um botijão de gás", diz.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]