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Nove ônibus e três carros incendiados, um adolescente morto e outro baleado, duas unidades de saúde depredadas e quase 13 mil crianças sem aula: esse foi o saldo de confrontos entre policiais, traficantes e moradores do complexo do Alemão e do morro do Chapadão, ambos na zona norte. Os conflitos começaram na manhã de segunda-feira e avançaram pela madrugada de ontem. Nessa terça-feira, ônibus foram incendiados após a morte de um jovem de 17 anos no Chapadão em operação da PM.

Ontem, revoltados com a demora no atendimento a um jovem de 21 anos baleado durante um tiroteio entre policiais e traficantes no Alemão, de madrugada, moradores invadiram e depredaram uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e uma Clínica da Família.

Entre as "armas" apreendidas pelos policiais após os ataques estava uma batata com vários pregos atravessados. Quando ela foi arremessada, as pontas dos pregos quebravam móveis, equipamentos e vidros.

No ataque às unidades de saúde, dois enfermeiros ficaram feridos após serem agredidos pelos invasores. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, um levou uma paulada na cabeça e o outro, um empurrão. Receberam atendimento e foram liberados.

Ainda ontem de manhã, dois médicos que trabalhavam na UPA pediram demissão. Segundo a prefeitura, a cada plantão de 12 horas há quatro médicos na unidade.

Na invasão, foram destruídos computadores, televisões, mesas e cadeiras. A UPA voltou a funcionar à tarde.

Idosa morta

O tiro que matou Arlinda Bezerra das Chagas, 72, na noite de domingo, no complexo do Alemão, partiu de traficantes em confronto com a polícia, afirmou Francisco Faustino, 85, viúvo de dona Dalva.

Ontem, no velório de sua mulher, Faustino disse que, enquanto ela era socorrida, falou aos que a carregavam que "quem atirou foi um dos meninos", referindo-se aos recrutas do tráfico.

Outros familiares de dona Dalva negaram o relato de Faustino e disseram que aguardam o resultado do laudo médico e da perícia para entender o que aconteceu.

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