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Agentes fazem protesto em frente ao Complexo Penitenciário de Piraquara | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Agentes fazem protesto em frente ao Complexo Penitenciário de Piraquara| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A morte de dois agentes penitenciários no mês de março motivou os 4,2 mil profissionais da categoria a realizar uma paralisação por melhores condições dentro das unidades prisionais paranaenses. Em todo o Paraná ocorreram protestos nesta segunda-feira (30) para marcar o movimento. O maior ato foi realizado em frente ao Complexo Penitenciário de Piraquara, na região metropolitana, na manhã desta segunda-feira (30), onde cerca de 200 agentes penitenciários protestaram, segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen).

Programada para durar até o fim desta quarta-feira (1º), a paralisação vai afetar toda a população carcerária do Paraná, que terá acesso apenas a serviços médicos essenciais, à alimentação e à escolta para audiências já marcadas. Dessa forma, a assistência jurídica, cursos educacionais e o banho de sol estarão suspensos para cerca de 30 mil detentos.

Segundo Petruska Sviercoski, vice-presidente do Sindarspen, a morte do agente penitenciário Cleverson Curupana, que ocorreu neste sábado (28), no bairro Rio Verde, em Colombo, e a de seu colega Marcelo Fernando Pinheiro, assassinado por dois homens que invadiram o Centro de Regime Semiaberto de Guarapuava, no dia 15, estão relacionadas ao trabalho exerciam.

“Há fortes indícios de que as ordens de execução partiram de dentro de presídios em retaliação à apreensão de drogas”, afirmou Petruska. “O sistema [prisional] está abandonado. É necessário contratar mais agentes, investir mais e de segurança dentro e fora dos presídios.”

Além disso, Petruska afirma que as medidas apresentadas pelo governo estadual até o momento foram paliativas. “Quando acontece um problema, mostram [Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária - Sesp] medidas emergenciais. Um exemplo foi o anúncio de unidades diferenciadas para presos de maior periculosidade, que não avançou”, disse.

Petruska afirmou que o sindicato não foi convocado para reuniões pela Sesp para debater o assunto das mortes dos agentes penitenciários. Há duas semanas, uma reunião ocorreu entre a secretaria e representantes do Sindarspen, mas era especificamente para debater ações a serem tomadas em Guarapuava. “Nós precisamos de ações globais, para todo o estado. Hoje, um agente penitenciário em qualquer cidade do estado assume o seu posto de serviço de luto pela morte do colega e os presos estão comemorando a morte do agente. Os ânimos estão muito alterados.”

Em nota, a Sesp disse que está trabalhando diuturnamente para prender os responsáveis pela morte do agente de cadeia. De acordo com o órgão, há um delegado destacado exclusivamente para elucidar este caso e a investigação está bem próxima de identificar os autores dos disparos.

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