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Familiares e amigos do estudante protestaram em frente ao tribunal nesta terça | Hugo Harada/ Agência de Notícias Gazeta do Povo
Familiares e amigos do estudante protestaram em frente ao tribunal nesta terça| Foto: Hugo Harada/ Agência de Notícias Gazeta do Povo
  • Thiago Klemtz foi assassinado em agosto de 2009

A família do estudante de Direito Thiago Klemtz de Abreu Pessoa, assassinado em agosto de 2009, saiu da 2ª Vara Criminal de Curitiba com a sensação que a justiça foi feita parcialmente. Acusado de ter cometido o crime, o ex-policial militar Omar Assaf Júnior foi condenado a 16 anos de prisão em regime fechado. Entretanto, ele está foragido e segue nas ruas.

"Não adianta ter a prisão decretada e não se cumprir. A sensação é de justiça parcial. A família gostaria que ele ficasse o resto da vida pagando o que fez, porque ele executou meu filho com requintes de crueldade", disse Thomaz Pessoa, pai de Thiago.

Para contribuir com as investigações, a família do jovem assassinado oferece uma recompensa em dinheiro a quem repassar informações que levem a polícia a localizar Assaf Júnior. "A condenação é um alento, mas ele [o ex-policial] precisa ser preso e cumprir o que lhe foi sentenciado", ressalta Pessoa. As informações denúncias podem ser feitas pelo telefone (41) 9195-1900.

A sentença de condenação foi proferida na madrugada desta quarta-feira (25), após mais de 12 horas de julgamento. Assaf Júnior foi considerado culpado pelo homicídio e os jurados levaram em conta duas qualificadoras – crime cometido cruelmente e sem chance de defesa à vítima. Uma terceira qualificadora – motivo fútil – foi rejeitada pelo júri. Oito testemunhas foram ouvidas ao longo do julgamento.

Segundo o advogado Samir Matar Assad, que atuou como assistente de acusação, a Justiça deve emitir um mandado de prisão pela condenação e, assim que for localizado, o ex-policial deve permanecer preso, ainda que recorra da decisão judicial. Omar Assaf Júnior já tinha contra si um mandado de prisão preventiva, para que respondesse detido pelo crime.

Ele chegou a ser preso por duas vezes – uma em flagrante, após o crime; outra, por um mandado de prisão temporário. Os advogados dele, no entanto, entraram com pedidos de habeas corpus, que foram concedidos pela Justiça. Omar Assaf Júnior foi expulso da Polícia Militar (PM) em abril do ano passado.

O crime

Thiago Klemtz de Abreu Pessoa foi morto na madrugada de 16 de agosto de 2009, na saída de uma festa ocorrida na Sociedade Harmonia, no bairro Bigorrilho, em Curitiba. Ele foi atingido por dois tiros no tórax e um na cabeça, cerca de uma quadra do clube.

Na época, testemunhas disseram à polícia que a vítima e um grupo de amigos foram expulsos da festa depois de uma confusão. Um outro grupo teria agredido um dos seguranças da casa noturna e, após terem sido expulsos, teriam começado a atirar pedras no telhado do clube.

Segundo testemunhas, Thiago e seus amigos foram confundidos com este grupo. Depois de efetuar o primeiro disparo, o PM ainda teria trocado o carregador da pistola para atirar novamente em Thiago que pedia para não ser morto.

O policial Omar Assaf Júnior foi preso em flagrante. Segundo a polícia, o crime foi cometido com uma pistola ponto 40, a arma da corporação. Em 26 de agosto de 2009, ele foi preso e indiciado por homicídio triplamente qualificado.

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