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Com a adaptação, sistema só poderá ser acionado com o uso de alguma ferramenta, como chave de fenda | Daniel Derevecki/Gazeta do Povo
Com a adaptação, sistema só poderá ser acionado com o uso de alguma ferramenta, como chave de fenda| Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo

O Ministério Público (MP) deu prazo de 90 dias para que as empresas Marcopolo, Busscar, Caio Induscar e Comil, fabricantes de ônibus Biarticulado e Ligeirinho, façam adequação na segurança de 650 veículos que circulam por Curitiba. Pelo Termo de Ajuste de Conduta assinado pelo MP com a Urbs (empresa municipal responsável pelo transporte coletivo), as empresas terão que instalar um dispositivo que impeça o acesso de passageiros ao botão que permite a abertura das portas mesmo com o veículo em movimento. O botão fica numa caixa sobre as portas dos ônibus.

A decisão foi tomada após a morte da auxiliar de serviços gerais Cleonice Ferreira Gouveia. Em janeiro, Cleonice caiu de um Ligeirinho e foi atropelada pelo próprio veículo na CIC. Perícias não indicaram falha técnica e sim um possível acidente. O mais provável é que o botão que permitia a abertura da porta tenha sido acionado involuntariamente por um dos passageiros.

O mecanismo de abertura, chamado de eletroválvula, é utilizado somente quando há manutenção do veículo. O problema é que a caixa que fica sobre a porta permite que qualquer usuário a abra. Pelo acordo entre MP e Urbs, as empresas terão que adotar um dispositivo que só permita a abertura com utilização de algum instrumento específico, como chave de fenda. As permissionárias que operam o transporte coletivo também estão instalando em todos os veículos um segundo pino para travar as portas.

Nos veículos fabricados a partir de 2009, a caixa que abriga a eletroválvula já estará lacrada. A válvula de alívio de emergência, utilizada para abrir a porta em situações de perigo, ficará fora da caixa. Hoje fica ao lado da eletroválvula. Para oferecer mais segurança, a válvula estará ligada ao tacógrafo – instrumento que controla a velocidade do veículo – e só poderá ser acionada quando o ônibus estiver parado.

Apesar da adaptação, a promotora de Justiça Cristina Corso Ruaro ressalta que o usuário também deve se precaver. "O usuário também tem que ter um mudança de atitude e evitar permanecer nas áreas de risco", diz a promotora.

Sem custo

De acordo com o MP, a modificação será de responsabilidade dos fabricantes, sem custos para os usuários. Em nota, a Marcopolo diz que "não há definição ainda com relação ao custo, pois o mesmo depende da solução que a engenharia da Marcopolo está desenvolvendo para o caso". As empresas Comil e Busscar informaram que também não tem previsão sobre o custo e como as adequações serão feitas.

O coordenador de vistoria e cadastro do transporte coletivo da Urbs, Élcio Luiz Karas, informa que os 650 veículos serão alterados em forma de rodízio e de madrugada. Tudo para não prejudicar os usuários. "Estamos trabalhando preventivamente para que acidentes não ocorram", alega.

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