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O Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou nesta sexta-feira (29) a elaboração de um novo protocolo de segurança para cirurgia plástica. A medida ocorre quatro dias depois da morte da jornalista Lanusse Martins durante uma cirurgia de lipoaspiração em uma clínica de Brasília.

Segundo o CFM, o protocolo será uma espécie de "check list", com todos os procedimentos que devem ser adotados nas diferentes etapas de uma cirurgia plástica. O documento deve abranger orientações de indicações cirúrgicas, os exames pré-operatórios necessários em cada caso, informações sobre anestesia e atendimento pós-cirúrgico e as condições ideais do local para a realização da operação.

O Conselho Federal de Medicina informou ainda que durante a reunião do conselho, nesta sexta, ficou definido que cursos de formação de profissionais para a prática da lipoaspiração serão monitorados.

"Vemos disponibilizados cursos de lipoaspiração de final de semana, com um dia de atividade teórica e dois dias de atividade prática. Esse tipo de curso não qualifica nenhum médico. A maioria dos casos em que há complicações envolve médicos com esse tipo de treinamento, que considero nulo", disse o médico Antonio Gonçalves Pinheiro, coordenador da Câmara Técnica de Cirurgia Plástica do CFM.

Morte

A jornalista Lanusse Martins, que morreu no último dia 25, durante uma cirurgia de lipoaspiração, foi vítima de erro médico, segundo afirmou nesta sexta a delegada que preside o caso, Martha Vargas. Ela também informou que o cirurgião Hackel Cabral será indiciado por homicídio doloso com dolo eventual (quando o médico assume o risco de matar) e pode pegar de seis a 20 anos de prisão.

Por telefone, o portal G1 tentou entrar em contato com o cirurgião e ainda aguarda o retorno das chamadas.

O laudo da morte de Lanusse, divulgado pela Polícia Civil do Distrito Federal nesta sexta, revela que a jovem teve uma veia perfurada na região renal durante a cirurgia e chegou a perder quase um terço do sangue do corpo. O rim não foi perfurado.

"Houve dois erros médicos: um, pela cânula ter ultrapassado a cavidade abdominal. O segundo, [pelo médico] não perceber o que estava acontecendo. Ela deveria ter sido aberta imediatamente e ter sido estancado [o sangramento]. Isso poderia salvar sua vida", disse a delegada.

Perita

Segundo a perita Luciana Satie, foram 15 perfurações no corpo de Lanusse, -previstas para cirurgia-, com características de terem sido feitas com um instrumento como uma cânula. Ela afirmou que duas perfurações podem ter atingido a veia: uma, abaixo do umbigo e outra, na região perto do osso da bacia. Lanusse perdeu pelo menos 1,5 litros de sangue. De acordo com a perita, esse total pode ser ainda maior. Para uma pessoa com o peso e altura da jornalista, o total de sangue do corpo é de cerca de 4,5 litros.

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