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O Instituto Médico Legal do Paraná deve propor uma solução para a perícia dos prontuários das sete supostas vítimas de antecipação de morte na UTI do Hospital Evangélico. A reportagem da Gazeta do Povo revelou nesta sexta-feira (3) que os médicos especialistas em anestesiologia e medicina intensiva do IML declararam suspeição para realizar a perícia, caso fosse solicitada pela Justiça.

A perícia é uma das etapas do processo que vai determinar se a médica Virgínia Soares de Souza e outros seis ex-funcionários do Hospital Evangélico vão a júri popular. Eles são suspeitos de terem abreviado a vida dos pacientes entre 2006 e janeiro do ano passado. Um oitavo réu é acusado somente de formação de quadrilha.

De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), a proposta deve colocar o IML como mediador para esclarecer todas as dúvidas sobre o que já foi apurada pela Secretaria de Estado da Saúde e pelo Conselho Regional de Medicina. A proposta, no entanto, não foi detalhada pela Sesp ainda. A sugestão será apresentada a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra Saúde, que investigou o caso, e ao Ministério Público do Paraná. "O objetivo dessa mediação é de esclarecer aos órgãos todos os aspectos técnicos necessários do caso, principalmente para análise do Poder Judiciário", aponta a nota da pasta.

Nesta sexta-feira, a reportagem mostrou que alguns dos médicos do IML alegaram ter amizade com Virgínia. Outros argumentaram ter trabalhado no Hospital Evangélico. O IML teria aproximadamente dez especialistas em anestesiologia e medicina intensiva.

É a segunda vez que o trabalho de perícia do caso trava. A primeira vez foi no mês passado, quando a Procuradoria Geral do Estado (PGE) se negou a pagar R$ 220 mil por uma perícia solicitada pela 2.ª Vara do Júri de Curitiba, responsável pelo caso. Quando essas análises técnicas são solicitadas pelo juiz do caso, cabe ao Estado arcar com as custas.

As declarações de suspeição dos médicos do IML foram feitas após uma consulta do Ministério Público do Paraná (MPPR) sobre as condições técnicas da instituição. A promotoria encarregada do caso quis saber se, em caso de necessidade, os médicos teriam condições técnicas de realizar a perícia. Em resposta, o IML afirmou que havia condições, mas os médicos especialistas não fariam por se declararem suspeitos.

Apesar da negativa, a reportagem apurou que o caso não deve ficar sem a perícia. Há algumas saídas ainda, como solicitar o trabalho a IMLs de outros estados ou procurar outros peritos particulares. Tudo dependerá da avaliação do juiz da 2.ª Vara do Júri de Curitiba, Daniel Ribeiro Surdi de Avelar.

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