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A petroleira americana Chevron anunciou nesta quinta-feira (15) que suspendeu temporariamente sua produção no Brasil, depois que uma nova mancha de óleo apareceu no mar no Campo Frade, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. Em novembro, na mesma região, houve um vazamento de cerca de 3 mil barris de petróleo no Atlântico.

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Na tarde desta quinta, o diretor de assuntos corporativos da Chevron, Rafael Jaen, informou ter feito o pedido para a suspensão temporária das operações de produção no Campo Frade, onde a produção alcança 60.000 barris de petróleo por dia. A decisão foi tomada por precaução e, segundo ele, já havia sido protocolada nos órgãos reguladores brasileiros.

Ele também falou que a petroleira norte-americana não pretende alterar seus planos de investimento no Brasil em função dos vazamentos no Campo do Frade já registrados. "Continuamos com nossos planos no Brasil", disse.

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Jaen afirmou que a companhia ainda não recebeu o relatório da ANP sobre o vazamento de novembro nas operações da companhia no Campo de Frade. Segundo ele, assim que a petroleira receber vai atender às exigências do órgão regulador.

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que a Chevron precisa apresentar justificativas técnicas para interromper sua produção. Segundo a agência, uma parada precisa de autorização do órgão.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divulgou uma nota no início da noite desta quinta-feira informando que em princípio o incidente envolvendo a Chevron no Campo de Frade "não se trata de um novo vazamento, uma vez que o poço não estava operando".

"Segundo informações preliminares, ocorreu um afloramento de óleo, provavelmente decorrente do vazamento registrado em novembro de 2011", informou o órgão ambiental. A Coordenação de Emergências Ambientais e a Coordenação Geral de Petróleo e Gás do Ibama estão acompanhando a ocorrência juntamente com a Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Para o diretor da Chevron, o problema anunciado nesta quinta não tem relação com o caso anterior e foi identificado em um local onde a companhia não estava perfurando ou injetando. A decisão de suspender as operações no Campo do Frade tem como pano de fundo fazer um estudo mais profundo do problema. O executivo fez questão de ressaltar que a Chevron respeita as normas brasileiras.

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Desde o dia 23 de novembro, a empresa está impedida de realizar atividades de perfuração no Brasil, devido a irregularidades no plano de emergência do ano passado. A Chevron recebeu várias multas, em um total de 33,4 milhões de dólares, por danos ambientais e falhas no plano de emergência para atender o acidente no Campo Frade, na bacia de Campos.

A petroleira opera ali desde 1997 como produtora de petróleo e gás. Também participa como sócia em outros campos, mas sem realizar extração. A Chevron "prepara um estudo complementar para um melhor conhecimento das características geológicas da região", afirmou o comunicado.

A petroleira não informou imediatamente uma data para a retomada da produção, mas seus porta-vozes no Brasil disseram à imprensa esperar que a paralisação ocorra por "alguns meses". Até o acidente de 2011, a petroleira era responsável por 3,6% da produção de petróleo no Brasil e de 1% da produção de gás natural, segundo dados oficiais.

Saiba como foi o vazamento anterior no Campo Frade

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