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Vídeo | Reprodução / Paraná TV
Vídeo| Foto: Reprodução / Paraná TV

Quem passa sempre pela Rodovia dos Minérios, na altura do bairro Abranches, em Curitiba, já deve ter visto uma bandeira pirata hasteada em uma casa. Abaixo da caveira, a inscrição "Lopel – Loucademia Paranaense de Energia", como define o morador, o eletricista Luiz César Prodóscimo, 42 anos.

A bandeira é uma das peças da exposição "Momento Copel – Erros e Crimes", que Prodóscimo montou na própria casa. São pilhas de documentos e mais de 200 fotos de postes tortos, velhos ou caídos, fios de transmissão e disjuntores em más condições.

A briga de Prodóscimo com a Companhia Paranaense de Energia começou há quase quatro anos, quando ele e a mãe, a dona de casa Catarina Machado Prodóscimo, 80 anos, ficaram 398 dias sem luz, entre 16 de julho de 2003 e 16 de agosto de 2004. O eletricista culpa a cunhada, Altina Araújo Prodóscimo, que mora no mesmo terreno, e a Copel. Segundo ele, em janeiro de 2003, Altina solicitou à companhia a troca da entrada de luz da propriedade. A empresa fez a troca e Prodóscimo continou com a ligação antiga. Até a noite de 15 de agosto, quando, garante, a entrada de luz foi sabotada.

"Até hoje não sei se foi minha cunhada ou a Copel", diz o eletricista. No dia seguinte, técnicos da companhia recomendaram a instalação de uma nova entrada, já que a antiga estaria em más condições. Por achar que a culpa pelo desligamento era da estatal, ele se recusou. "Minha cunhada não era dona do terreno, mas mesmo assim a Copel fez o serviço", afirma. Depois disso, ele processou a companhia, por danos morais e materiais. A ação está na 2.ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba.

A luz voltou depois de a Copel ser intimada pela Justiça, em 9 de agosto de 2004, e de Prodóscimo aceitar fazer um novo quadro. Bem antes disso, em 21 de julho de 2003, o eletricista começou a rodar a cidade para fotografar o que chama de "erros e crimes". "Quero que o governador me convide para ir à escola de governo. Quero mostrar todas as lambanças."

A Copel nega que a mudança da entrada de luz tenha sido solicitada por Altina Araújo. Segundo a companhia, a entrada de serviço do imóvel estava em condições precárias, com o poste podre. Prodóscimo teria se recusado a mudar a instalação. Por meio de sua assessoria, a Copel informou que enviou duas correspondências, em 4 de abril e 29 de julho de 2003, solicitando a mudança. Depois disso, a companhia cortou o fornecimento de energia, com base em uma resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A Copel esclarece que a construção, a instalação e a manutenção da rede elétrica interna de distribuição do domicílio, incluindo a entrada de serviço, (poste, caixa e quadro de medição) são de responsabilidade do consumidor.

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