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Alguns policiais usaram nariz de palhaço para protestar | Valterci Santos
Alguns policiais usaram nariz de palhaço para protestar| Foto: Valterci Santos

Faixas reivindicando direitos também foram usadas pelos policiais civis

Numa reunião entre 15 policiais civis e representantes dos sindicatos que representam a categoria, o delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Jorge Azôr Pinto anunciou que o anteprojeto que regulamenta o Decreto Governamental 5.721/2005, o qual prevê a modernização da da organização, será posto em prática só no próximo ano. O decreto versa sobre o Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), aposentadoria especial e contratação de pessoal.

A reunião ocorreu em meio ao protesto organizado por policiais civis em frente à Assembléia Legislativa, no Centro Cívico, nesta terça-feira(18). De acordo com Ademilson Alves Batista, presidente do Sindicato dos Policiais de Londrina (Sindipol), Azôr teria dito que em 2009, além da votação do PCCS na Assembléia, o decreto prevê ainda unificação das carreiras de escrivão e investigador (o investigador passa a redigir os processos) e o agente de segurança, que hoje tem função administrativa, passa a ter função policial.

Batista acredita que não é difícil o governo atender ao pedido da categoria. "Só depois de todo o movimento é que tivemos respostas". A discussão do grupo é quanto a falta de efetivo e o não cumprimento da aposentadoria especial. Policiais que já tinha 30 anos de serviço e estavam afastados há alguns anos foram obrigados a voltar, sem condições psicológicas e físicas para assumir os cargos. "Queremos ver a conclusão do projeto", complementa.

Quanto ao indicativo de greve, feito na semana passada, Batista descarta a possibilidade. "A manifestação é para mostrarmos nosso descontentamento. Ainda não é um movimento de greve". Segundo ele, sete estados estariam discutindo sobre paralisação. Entre eles, o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro. "A polícia não conseguiu mais vitórias por falta de união", disse Batista, fazendo uma referência ao Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol), responsável pela negociação entre policiais e o governo.

O investigador Eymar Bortot e coordenador do Movimento de Oposição ao Sinclapol, conhecido como Operação Padrão, propôs aos participantes que a data do dia 18 de novembro seja instituída como parte da história da carreira de policiais civis, a ser lembrada com ato público. No final das discussões, deverá ser lavrada uma carta para ser entregue para as autoridades.

"A pergunta que não quer calar é onde o Sinclapol colocou o dinheiro arrecadado nestes três últimos anos juntos aos associados? Mensalmente é descontado R$ 38, totalizando cerca de R$ 1 milhão anualmente, sem ter nenhuma melhoria para a categoria", diz.

O presidente do Sinclapol, Paulo Martins, rebateu as críticas dizendo que conteúdo da reunião de hoje já havia sido relatado anteriormente aos policiais. "Os manifestantes tomaram uma atitude equivocada. Tudo já foi discutido com o governador", afirma. "Quanto ao dinheiro arrecadado pelo sindicato, os policiais que questionam não têm experiência administrativa. Mantemos um consultório odontológico, arcamos com um departamento jurídico que presta serviço em todo o estado, entre outras atividades", lembra.

A Secretaria de Segurança Pública (Sesp), confirmou que houve a reunião entre o delegado-geral da Polícia Civil e um representande do Sindpol de Londrina, mas que nada foi tratado de forma oficial.

Em matéria publicada na Agência Estadual de Notícias (AEN), o governo do estado declarou que a Polícia Civil do Paraná conquistou importantes melhorias, desde 2003. "O governo investiu em recursos humanos, contratando mais de 1.100 novos policiais civis, além de 200 auxiliares de carceragem para cuidar dos presos nas delegacias".

Manifestação

Cerca de 400 policiais civis de todo o Paraná se concentraram desde as 13 horas desta terça-feira (18) na Praça Nossa Senhora de Salete, com faixas e cartazes, em frente à Assembléia Legislativa. Eles realizavam um protesto enquanto aguardavam a apresentação do anteprojeto que regulamenta o Decreto Governamental, que prevê a modernização da Polícia Civil.

Parte dos policiais ocupou o plenário da Assembléia para acompanhar as atividades dos deputados. Para não prejudicar o atendimento nas delegacias, somente policiais que tiram folga nesta terça-feira participaram da manifestação, segundo os organizadores. O protesto acabou por volta das 16h30.

Solidariedade a policiais de São Paulo

Na segunda-feira (17), policiais civis de Curitiba e região metropolitana realizaram um ato público no refeitório da Polícia Civil, na Rua Barão do Rio Branco, no Centro da capital. A ação aconteceu em solidariedade aos policiais civis do São Paulo, que cruzaram os braços no dia 16 de setembro em luta por reajuste salarial e melhoria nas condições de trabalho. Algumas delegacias do estado retomaram as atividades, enquanto outras permanecem em greve.

No refeitório em Curitiba, se reuniram cerca de 200 policiais. Entre as atividades programadas estavam discursos, um abraço simbólico, oração e a execução do hino nacional.

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