Policiais dos batalhões de Operações Especiais, de Polícia de Choque, de Operação com Cães e do Grupamento Aeromarítimo da PM entraram nas duas favelas e ocuparam ruas e vielas, fazendo um trabalho de busca a armas e drogas| Foto: AFP PHOTO/ANTONIO SCORZA

Com um efetivo de 500 homens, a Polícia Militar do Rio de Janeiro assumiu nesta quinta-feira (28) as últimas áreas dos complexos da Penha e do Alemão, zona norte da cidade, que desde novembro de 2010 estavam sob controle da Força de Pacificação do Exército.

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Embora já tivessem deixado outras áreas dos dois complexos de favelas, as tropas do Exército ainda patrulhavam as comunidades da Vila Cruzeiro e Parque Proletário.

Desde o início da madrugada, a movimentação no local era grande devido à presença de soldados da cavalaria da Força de Pacificação e veículos blindados que deram garantia de segurança durante a passagem de comando. A mudança foi tranquila e nenhum tiro foi ouvido.

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A partir das 5h da manhã, os policiais dos batalhões de Operações Especiais, de Polícia de Choque, de Operação com Cães e do Grupamento Aeromarítimo da PM entraram nas duas favelas e ocuparam ruas e vielas, fazendo um trabalho de busca a armas e drogas. Os militares também tentaram cumprir 15 mandados de prisão. Um homem de 40 anos com prisão decretada foi preso na ação.

Durante a operação, o relações públicas da PM, coronel Frederico Caldas, destacou a importância da Força de Pacificação do Exército para o processo de implementação das unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na região.

"A ação mais importante desta substituição decorre da integração entre o Exército e a PM. O Exército repassou informações importantes para a gente, especialmente na tentativa de identificar os esconderijos de drogas e armas", afirmou.

Sobre a prisão dos policiais da UPP da Mangueira, denunciados por suposta extorsão a um traficante local, Frederico Caldas disse que os militares serão investigados e, se comprovada a denúncia, os militares serão punidos. Para ele, os desvios de condutas de alguns policiais das unidades pacificadoras não abalam a imagem das UPPs junto à sociedade.

"As respostas que a Polícia Militar vem dando em situações semelhantes é de absoluta intolerância. Hoje, as pesquisas apontam que todas as comunidades querem ter UPP", ressaltou.

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Mesmo com a aparente tranquilidade, alguns moradores olhavam os militares de forma desconfiada. Além disso, a maioria ainda adota a lei do silêncio e evita falar e opinar sobre a pacificação nos dois complexos de favelas.

A Polícia Militar aproveitou a operação para colocar em teste dois novos blindados que a secretaria estadual de Segurança pretende comprar para uso do Bope. São veículos mais leves e com mais mobilidade dentro dos becos e vias estreitas das favelas. Apelidado pelos policiais de Caveirinha, o modelo é utilizado pelo Exército israelense.