Apesar de serem autorizadas, embalagens para a venda fracionada de medicamentos não saíram do papel. Muita gente acaba tendo que comprar uma caixa com mais remédio do que o necessário para seu tratamento.
Há quatro anos o governo autorizou a indústria a produzir medicamentos em embalagens especiais, para que a farmácia venda de forma fracionada. Se o consumidor precisa de seis comprimidos, por exemplo, não teria que comprar uma caixa com dez. Mas poucos fabricantes adotaram a prática.
A lista de remédios fracionados, hoje, não chega nem a 180, e muitos nem estão nas prateleiras. A indústria explica: "eles não estão sendo vendidos de forma fracionada porque os médicos não estão receitando de forma fracionada. Em nossa opinião, não existe mercado, por enquanto", diz Nelson Mussolini, vice-presidente da Indústria Farmacêutica.
O Conselho de Medicina rebate: "os médicos não receitam remédios fracionados porque não há remédios fracionados para serem receitados", afirma Luiz Alberto Bacheschi, presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo.
Para o Conselho, nem revendedores nem fabricantes têm interesse no fracionamento. "Se você continua vendendo a mesma quantidade de medicamentos sem precisar fracionar, sem precisar mudar a embalagem, sem precisar fazer uma quantidade muito maior de bula, é muito mais simples", diz Bacheschi.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) defende a obrigatoriedade do fracionamento, mas depende de um projeto de lei que está na Câmara dos Deputados.
E enquanto se discute, as sobras vão se amontoando em casa. "Espero que isso mude, que a gente tenha uma facilidade maior para conseguir esses remédios. Quando não usamos o medicamento, ele fica guardado até vencer e vai para o lixo", diz a corretora de imóveis Roseli Cirillo.
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