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As casas das 30 famílias que aceitaram a proposta da Appa foram derrubadas, para evitar novas ocupações na Vila Becker | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
As casas das 30 famílias que aceitaram a proposta da Appa foram derrubadas, para evitar novas ocupações na Vila Becker| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Trinta famílias da Vila Becker, área de ocupação ao lado do Ter­­minal Público de Álcool no Porto de Paranaguá, deixaram suas casas há duas semanas para morar de aluguel. O acordo foi costurado pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) para agilizar a retirada das residências próximas aos tanques de armazenamento, uma das exigências do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para autorizar a volta da mo­­vimentação de álcool no local. O terminal está interditado há três meses, desde que houve um vazamento com risco de explosão e 15 famílias foram retiradas da área.

A proposta feita para 32 famílias foi o pagamento de R$ 4,2 mil, referente ao aluguel de 12 meses de uma casa em Paranaguá, no va­­lor de R$ 350 por mês. O recurso é ban­­cado pela Associação dos Pro­dutores de Bioenergia do Paraná (Alcopar), que opera o terminal. As 30 famílias que se mudaram tiveram suas antigas casas derrubadas e terão preferência na ocupação de novas residências que serão construídas pela Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) no Bairro Novo das Escolas, com recursos da Appa. Duas famílias não aceitaram o acordo.

"Eles não têm escritura daquilo que prometem", afirma Jocimara de Fátima Lima, que não aceitou se mudar. Ela mora com o marido e uma filha em uma casa a menos de 15 metros de um dos tanques. "Depois de um ano, quem vai pa­­gar o aluguel?", questiona.

Elisabeth Regina Ribeiro Londer, que morava havia 18 anos na Vila Becker e aceitou se mudar, confirma que não houve garantias. "Foi tudo de boca (o acordo). Não tem nada no papel." A maioria dos moradores se mudou para casas no Jardim Araçá e Porto dos Padres, próximos à região da Caixa D’Água.

A Appa informou que pretende negociar com as duas famílias que permaneceram e se comprometeu a assinar um termo de compromisso em cartório, garantindo subsídio para o aluguel depois de um ano e a preferência das famílias para ganhar as primeiras casas construí­das pela Cohapar. A reportagem tentou contato com a Alcopar, mas não obteve retorno.

Novas casas

As primeiras casas deverão ficar prontas em maio de 2010, segundo a Cohapar. Na primeira fase serão levantadas 60 residências no Bairro Novo das Escolas, próximo à PR-407. No total, devem ser construídas 400 casas e 12 vilas de ofício (casas com espaço para pequenos comércios) com custo de R$ 13 milhões, bancados pela Appa. De acordo com a Cohapar, o projeto precisou passar por adequações, já que os terrenos têm características de mangue. Há um mês os projetos estão sob avaliação da Vigilância Sanitária da prefeitura de Paranaguá. Quando o projeto for liberado, será aberta a licitação para contratar a empresa que construirá as casas.

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