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Maconha apreendida em junho, em Guaíra: cidade pode se tornar principal porta de entrada para drogas e no Paraná | Polícia Federal/Divulgação
Maconha apreendida em junho, em Guaíra: cidade pode se tornar principal porta de entrada para drogas e no Paraná| Foto: Polícia Federal/Divulgação

Foz do Iguaçu - O balanço de 2009 de apreensões da Delegacia da Receita Federal de Foz do Iguaçu mostra que Guaíra, no Noroeste do estado, tem tudo para ser a nova capital do contrabando no Paraná. No ano passado foram apreendidos R$ 21,4 mi­­lhões em mercadorias, enquanto em 2008 esse valor foi de apenas R$ 9,8 milhões – uma variação de 145%.

Na opinião do delegado da Receita Federal em Foz do Iguaçu, Gilberto Tragancin, o acréscimo nas apreensões é uma prova de que o contrabando alterou a rota. "Com o arrocho na fiscalização em Foz, os contrabandistas mudaram a logística e subiram", diz.

Para Rafael Belini, secretário executivo do Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade (FNCP), quando uma lacuna é fechada o contrabandista ocupa outra rapidamente. "O crime não para. Nossos estudos indicam que depois do aparelhamento em Foz do Iguaçu, outras cidades como Guaíra, Novo Mundo (MS) e Ponta Porã (MS) têm registrado recordes de apreensão", explica.

A Receita Federal, segundo o delegado Tragancin, tem a intenção de aumentar o efetivo em Guaíra em 2010. "Temos dois concursos em andamento e a intenção é que haja um aumento no efetivo em Guaíra. Desde o ano passado nós estamos priorizando aquela área", afirma. Guaíra está localizada a 245 km de Foz do Iguaçu e faz fronteira com Salto del Guairá, no Paraguai. Com apenas 29.664 moradores, a cidade foi palco da maior chacina da história do Paraná. Em 2008, 15 pessoas envol­­vidas com o tráfico foram mortas.

Cigarros

Levando em consideração toda a jurisdição da DPR/FI – que, além de Foz do Iguaçu, atende Guaíra, Santa Helena, Medianeira e Mare­­chal Candido Rondon –, o aumento registrado em 2009 não foi tão significativo. As apreensões no ano passado totalizaram R$ 152,3 milhões, acréscimo de apenas 5% em relação a 2008.

O cigarro foi a mercadoria que registrou o maior aumento – foram R$ 15 milhões, 36% a mais que em 2008. Em segundo lugar vêm as bebidas, com 24%. O volume de veículos apreendidos ficou estável: o valor de 2009, R$ 52,8 milhões, foi o mesmo de 2008.

Do outro lado da tabela estão os CDs e DVDs piratas. A mídia ótica gravada sofreu uma queda de 41% nas apreensões: R$ 969 mil em 2009 contra R$ 1,6 milhão em 2008. Produtos eletrônicos e de informática também tiveram re­­du­­ção de 1% e 17%, respectivamente. Além desses produtos, a RF apreendeu, em 2009, 2,7 toneladas de maconha; 12,2 kg de cocaína; 5,2 kg de haxixe; 52,1 kg de crack; 180 kg de anestésico; 8,7 kg de pasta-base de cocaína; 1.497 frascos de lança-perfume; e 1.792 munições.

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