Depois de dois anos de discussão e polêmica, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) apresentou na terça-feira o Plano de Mobilidade e Acessibilidade de Paranaguá, no litoral do estado. O projeto prevê mudanças de circulação de veículos no centro histórico da cidade, tombado pelo Iphan em 2009. As 150 vagas de estacionamento da região deverão ser eliminadas.
O objetivo é preservar o patrimônio histórico, incentivar o uso de bicicletas e aumentar a circulação de pedestres na cidade mais antiga do Paraná (363 anos). Mas, segundo o presidente da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá, Yahia Hamud, o projeto não animou os comerciantes. "O projeto precisa ser adaptado à realidade local. Vejo com certa preocupação a proibição dos estacionamentos. O projeto vai trazer recursos federais para a cidade, vai melhorar o turismo, mas tudo tem que ser bem pensando", afirma.
Na opinião do professor de História do Paraná Florindo Wistubal, o projeto não atende algumas necessidades. "Ainda não foi especificado nada. A largura das ruas, se ônibus e caminhões poderão ou não circular. [O Iphan] é um órgão muito técnico e pouco participativo." Segundo a secretária municipal do Meio Ambiente, Jozaine Baka, o plano foi discutido por todas as áreas da prefeitura e também será debatido em uma audiência pública.
Para o superintendente do Iphan no Paraná, José La Pastina Filho, o projeto é essencial para a cidade. "Se não houver uma ação coordenada dos governos municipal, estadual e federal, a cidade vai entrar no caos absoluto", diz ele. "Temos 10 mil bicicletas e 20 mil carros aqui. A ideia é estabelecer regras, como a proibição do tráfego de veículos pesados, reduzir vagas, alargar as calçadas, tirar os postes e implantar fiação subterrânea", diz. Algumas ações começarão neste ano, mas ainda não há um cronograma. La Pastina avalia que o fato de Paranaguá ter um Plano de Acessibilidade e Mobilidade abre a possibilidade de a cidade receber mais recursos da União para transformações urbanas.
Paranaguá é uma das quatro cidades do país com um plano de mobilidade desenvolvido pelo Iphan. As outras são Ouro Preto (MG), Enseada e Laguna (SC).
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