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O ideal é um táxi a cada 300 habitantes | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
O ideal é um táxi a cada 300 habitantes| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

Opiniões

Ampliação divide taxistas

Os "sabugos", apelido interno dado aos taxistas que trabalham para o titular da licença, estão divididos em relação à ampliação da frota. Além da preocupação de que possa haver excesso de oferta, eles desconfiam dos critérios a ser adotados para a concessão das novas permissões. "Não queremos mais concorrência justamente por acharmos que vai diminuir o número de corridas", aponta o taxista Marcos Santos, de 35 anos. "Se a prefeitura me oferecer uma placa, claro que aceito. Mas quem será que vai receber essas permissões?", indaga.

Para o taxista Fabio Carlos, 33 anos, o motivo das longas esperas por táxi não é a quantidade de carros em operação. "Tem que resolver os problemas de trânsito. Em horários de pico, faço uma corrida e demoro uma hora para voltar ao ponto."

Em uma enquete promovida no site da Gazeta do Povo, a maioria dos leitores disse ser favorável ao aumento da frota e destacou a importância do barateamento da tarifa. Entretanto, o projeto não prevê qualquer modificação no preço da corrida – apenas determina que ele deve ser estipulado pela prefeitura, com base em estudos da Urbs. (CM e OT)

A Câmara de Curitiba aprovou ontem, em primeira votação, um projeto de autoria da prefeitura que prevê, entre outros itens, o aumento do número de táxis. O texto do projeto estipula uma relação de táxis por habitante. O mínimo seria de um táxi para cada 700 habitantes (o equivalente hoje a cerca de 2.500 táxis) e o máximo de um táxi para cada 500 habitantes (cerca de 3.500). Hoje, segundo dados da Urbs, 2.252 táxis circulam na cidade.

Ainda segundo o projeto, o número exato de placas a ser concedidas é de competência da Urbanização de Curitiba (Urbs). Quem já está operando no sistema terá 60 dias, a partir da publicação da lei, para renovar sua licença. A tarifa deve ser definida pela própria prefeitura, com base em estudos da Urbs. O projeto será votado hoje em segundo turno e, se aprovado novamente, segue para sanção do prefeito.

Trata-se da primeira vez que o número de placas concedidas em Curitiba é mexido desde 1970. De lá para cá, a cidade cresceu de 609 mil habitantes para 1,7 milhão. Com isso, o número de táxis na cidade equivale a um veículo para cada 778 habitantes – o número indicado é de um para cada 300. A data exata para o aumento de placas não é previsto pela lei; a única previsão é de que os estudos para aumento da frota serão feitos apenas quando a média de bandeiradas for superior a 20 por dia e a taxa de ocupação for superior a 70%.

O projeto foi aprovado por unanimidade na Casa – apenas o vereador Paulo Frote (PSDB) se declarou impedido de votar, por ter um irmão proprietário de licença. Entretanto, o projeto foi considerado incompleto pela bancada de oposição, que apresentou quatro emendas – todas foram rejeitadas. Para o vereador Pedro Paulo (PT), o projeto tem muitas lacunas e acaba sendo uma "carta branca" para a Urbs operar o sistema da maneira como bem entender.

Já o líder da bancada de apoio ao prefeito, Roberto Hinça (PSD), afirma que, ao deixar as definições a critério da Urbs, a prefeitura retira a discussão do ambiente político e a coloca em um ambiente técnico, o que, em sua avaliação, é positivo para a população.

Relação

Para o professor Carlos Hardt, especialista em circulação e planejamento urbano, a relação de táxi por habitante não é capaz de, sozinha, indicar se a frota da cidade chegou a um patamar ideal. "Existem cidades com uma quantidade muito grande de táxis, mas nelas as pessoas têm o costume de usar o serviço com alternativa de transporte, algo que não ocorre em Curitiba." Ele lembra que é importante levar em conta a sustentabilidade econômica do serviço e ao mesmo tempo ser uma alternativa viável ao passageiro.

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