Na década de 70, Campo Mourão, na Região Central, contava com uma área de 102 quilômetros quadrados de vegetação de Cerrado. Após 41 anos, apenas 13% ainda permanece em pé, em uma Estação Ecológica localizada no perímetro urbano, no bairro Nossa Senhora Aparecida. "O desenvolvimento da cidade e o avanço da agricultura dizimou a vegetação", lamenta o geógrafo e técnico responsável pela Estação, Luiz Cesar Alves.
Apesar de protegida por cercas, a área da Estação corre o risco de desaparecer. "Para preservar a característica de Cerrado, a vegetação necessita ser queimada pelo menos uma vez por ano para eliminar espécies invasoras. Como a área da Estação está localizada em um bairro da cidade, não há como queimar. Se não houver uma queima controlada, em 10 anos a Estação do Cerrado tende a desaparecer", diz Alves.
A Estação é utilizada para pesquisas e visitas de alunos de escolas. "Atualmente a estação conta com um herbário de mais de 200 espécies da fauna e flora", diz.
Além da Estação, o município tem uma área particular de 25 mil metros quadrados de cerrado, localizada às margens da PR-317. "O município tenta, há 11 anos, reverter a área para que o poder público preserve o local", lembra Alves.
Desde o início do ano, alunos de escolas públicas de Campo Mourão participam de visitas à estação. "O objetivo é que todos os alunos conheçam a vegetação do cerrado. Somente se preserva o que se conhece", enfatiza a coordenadora de projetos da Secretaria de Educação, Paula Vanessa Iede.
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