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As sete áreas rurais que devem ser leiloadas nesta segunda-feira (26) pelo Instituto de Florestas do Paraná podem abrigar espécies de macaco em extinção. A informação é da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS), que afirma que as últimas populações de monos-carvoeiros podem estar vivendo nessas áreas.

"Há enorme possibilidade de ter ocorrência [da presença desses animais] nessas áreas", afirma o diretor executivo da SPVS, Clóvis Borges. "Não temos certeza porque nunca foi feito o estudo", revela Borges. De acordo com ele, técnicos a serviço da Copel encontraram os macacos na região há cerca de oito anos, mas um estudo para mapear a ocorrência dos animais nunca foi feito.

O diretor executivo da SPVS contesta o leilão que deve ser realizado pelo governo. "Temos questionado essa iniciativa pela pressa com que foi tomada", diz Borges. Ele afirma que não houve diálogo com a sociedade civil sobre a venda das regiões. "São duas grandes contestações: a razão da venda e quais áreas serão vendidas e o que tem nelas", completa.

O presidente do Instituto de Florestas do Paraná, Benno Henrique Weigert Doetzer, afirma que o instituto não realizou um inventário para saber quais espécies habitam os locais que serão leiloados. "Não fizemos inventário de fauna, até porque esse não é o objetivo. Fizemos apenas um inventário da área produtiva", explica. "O objetivo das áreas não é a conservação, e sim a produção", diz Doetzer.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente para saber se há registros de animais em extinção vivendo nas áreas que vão a leilão, mas o secretário não foi encontrado para conceder entrevista.

O presidente do Instituto de Florestas do Paraná descarta a possibilidade de adiar o leilão. "Não há previsão para recuarmos desse edital", garante. Segundo Doetzer, apenas em caso de decisão judicial o leilão será suspenso.

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