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Oficina no Jardim Bela Vista, no Bairro Tatuquara: terreno baldio acabou virando horta comunitária. | Amanda Barral/Divulgação
Oficina no Jardim Bela Vista, no Bairro Tatuquara: terreno baldio acabou virando horta comunitária.| Foto: Amanda Barral/Divulgação
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A próxima atividade de jardinagem acontece no Parque Gomm. Chama ComVida – territorialidade e ato político.

Dia 11, das 9 h às 18 h.

Um jardim não é só um amontoado de flores e grama. Artistas defendem que há significado na destinação, com preocupações ambientais e estéticas, de um espaço para plantas no espaço urbano. Esse é o argumento do projeto que está sendo conduzido pela artista Faetusa Tezelli. O projeto que prevê várias intervenções urbanas em Curitiba é financiado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte) e reúne artistas de várias partes do país. O trabalho começou em fevereiro e vai até junho.

Entre os projetos já realizados está o de Ines Linke, da Bahia. Ela escolheu discutir o conceito de vida e morte a partir das plantas. Pesquisou sobre espécies que são nativas do lugar e aquelas que estão ameaçadas de extinção. Então, decidiu plantar uma araucária numa cova de cemitério. E foi assim que o espaço dos indigentes no Cemitério Santa Cândida ganhou uma pintura branca e uma muda da espécie-símbolo do Paraná, acompanhada de oito espinheiras-santas. No centro da provocação artística estava a ideia de “terra para se enterrar”.

A realização de oficinas faz parte das atividades do projeto. Uma aproximação – para promover o contato com as plantas e provocar a reflexão sobre a força artística da jardinagem – foi realizada com crianças no Passeio Público, no final de março. Já no bairro Tatuquara, um grupo de moradores se envolveu em uma oficina e acabou adotando um espaço público e criando uma horta comunitária. Para Faetusa, são exemplos de como a jardinagem pode ser um ato político, mobilizador, de ocupação de espaços.

O artista Goto também participa do projeto e tem explorado os jardins públicos e privados nas bandas do Bom Retiro e Vista Alegre. Ele destaca que a “caçada por jardineiros” in loco tem mostrado como a descendência étnica, especialmente dos imigrantes europeus, influencia no perfil do espaço. A busca também revelou jardins escondidos e locais que parecem rurais, mesmo a poucos quilômetros do centro da metrópole.

Para Faetusa, é importante investigar a prática da jardinagem nas artes visuais e também a relação que as pessoas têm com as plantas nos espaços públicos. Ela busca o elemento vegetal como uma ressignificação do uso do espaço coletivo. “É algo vivo, mutável, particular e público”, filosofa. Em meio ao caos e à agitação do dia a dia, ela quer fazer pensar, usando os jardins como referência.

O resultado do trabalho deve virar uma exposição fotográfica. O material que está sendo produzido já pode ser consultado no blog www.jardinagemterritorialidade.wordpress.com.

Contando araucárias

Filósofo e cicloativista, Goura Nataraj pretende identificar em que medida a árvore-símbolo do Paraná aparece na paisagem urbana. Ele vai passar de quadra em quadra e subir nos prédios para ver de cima, no Centro de Curitiba. O resultado será um mapa com a localização das araucárias e ainda plantar 10 árvores.

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