
Oferecer boa qualidade de vida para os habitantes é a meta de qualquer cidade do mundo. O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) – que analisa indicadores de emprego e renda, educação e saúde nos municípios brasileiros – mostra que o Paraná está em situação mais confortável que o restante do país. Embora o nível de desenvolvimento do estado seja elevado, ainda há o que melhorar. E uma maneira de fazer isso é olhar o exemplo daquelas cidades que obtiveram resultados superiores.
SAIBA MAIS: As características de Bom Jesus do Sul, Francisco Beltrão e Novo Itacolomi
INFOGRÁFICO: O mapa do desenvolvimento no Paraná
No caso do Paraná, não há repetição na lista dos dez municípios com melhores resultados em cada uma das três vertentes analisadas pela Firjan, com base nos indicadores de 2013. Em comum, há um predomínio de cidades pequenas – e muitas localizadas no Oeste do estado. A predominância desses municípios só é quebrada quando se trata de emprego e renda. Mas, nesse caso, são as cidades médias que dominam a lista. Curitiba, capital e maior cidade do estado, só aparece na lista de melhores indicadores de saúde, na décima colocação.
Líderes em educação e saúde, as cidades de Bom Jesus do Sul, no Sudoeste, e Novo Itacolomi, no Noroeste, têm poucos habitantes (menos de 4 mil cada, de acordo com o IBGE) e não são destaque pela renda per capita (pouco mais de dois salários mínimos na zona urbana e menos que isso na zona rural, para ambas). Porém, a boa aplicação de recursos públicos e um plano de ação definido garantiram excelentes desempenhos nessas áreas.
Cidades menores têm mais facilidade para se organizar . Se você tem um bom recurso, faz um bom uso do dinheiro público, suas demandas vão reduzindo.
Já o melhor desempenho em emprego e renda é de Francisco Beltrão, no Sudoeste. A cidade, de quase 80 mil habitantes, desbancou os grandes municípios buscando uma solução conjunta entre prefeitura, sociedade e setor produtivo. Foi num esquema de parceria que a cidade melhorou a capacitação para o mercado de trabalho, permitindo tanto a ocupação de postos de trabalho como espaço para o empreendedorismo.
Análise
Para Daniel Nojima, diretor do centro de pesquisas do Ipardes, a prevalência de cidades do Oeste na liderança dessas vertentes tem a ver com a economia. “Renda não explica tudo, mas explica um bom pedaço dos acontecimentos”, diz. Ele observa que Francisco Beltrão tem atividade econômica interessante e é um pequeno centro para a região.
Já as pequenas cidades de Bom Jesus do Sul e Novo Itacolomi se beneficiam de um outro fator. “São cidades em que a população até não cresce mais, pelo contrário. São municípios que perdem população, tanto por gente que deixa a cidade como pela taxa de fecundidade baixa.” Apesar dessa vantagem, Nojima avalia positivamente os méritos dos dois municípios. “Cidades menores têm mais facilidade para se organizar . Se você tem um bom recurso, faz um bom uso do dinheiro público, suas demandas vão reduzindo.”
Colaboraram: Getúlio Xavier e Larissa Mayra



