Em uma ação coordenada e planejada com antecedência, uma quadrilha assaltou na madrugada de ontem a joalheria Aristides, na Rua Comendador Araújo, no Centro de Curitiba. Os assaltantes fizeram reféns a gerente da loja, o marido dela, o filho e uma funcionária por cerca de oito horas. Os nomes das vítimas não foram divulgados.
A polícia espera ter novidades hoje, já que os assaltantes não se preocuparam em esconder o rosto durante a ação. "Temos o retrato falado de cinco deles, que são os que participaram diretamente do assalto, mas não descartamos a participação de outras pessoas", afirma o delegado-titular do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) da Polícia Civil, Miguel Stadler. Os policiais acreditam que a quadrilha é formada por pessoas do Paraná e de outros estados.
De acordo com a proprietária da loja, June Gonzalez, os ladrões levaram peças do mostruário e do cofre, equivalentes a 60% da mercadoria existente na joalheria. Segundo o delegado Stadler, o valor das mercadorias é de aproximadamente R$ 100 mil. "Não temos seguro", desabafou June. "Há cinco anos não fazem mais seguros para joalherias, porque vêm ocorrendo muitos assaltos neste setor", acrescentando que ainda não foi possível dimensionar o prejuízo.
A loja ficou fechada na manhã de ontem, quando os funcionários trabalharam na limpeza e arrumação. O estabelecimento foi reaberto ao meio-dia. "Repusemos as peças com a ajuda das outras lojas. Vamos recomeçar, bola para frente", disse June.
Premeditação
Segundo a polícia, a ação dos bandidos começou a ser planejada há mais de dois meses, quando eles passaram a estudar a rotina da loja e dos funcionários. Na noite de quarta-feira, os assaltantes invadiram a casa da gerente, fazendo o marido e o filho dela reféns. Em seguida, aguardaram a chegada dela, o que ocorreu por volta das 21h20. Junto com ela estava uma funcionária da loja, que se hospedava na casa.
As ameaças e as pressões duraram quase oito horas. Às 5 horas da madrugada, três assaltantes foram com a gerente até a loja, enquanto outros dois tomaram conta dos reféns. Os bandidos ficaram cerca de 20 minutos no estabelecimento. Recolheram as jóias dos mostruários, obrigaram a gerente a abrir o cofre e a deixaram a amarrada. Por telefone celular, outros bandidos ajudaram a coordenar a ação, para que tudo ocorresse de forma sincronizada e os reféns que estavam na residência pudessem ser libertados no momento exato. Após os bandidos fugirem, a gerente conseguiu se desamarrar e chamar a polícia.
"Estamos há 60 anos no mercado e nunca passamos por algo assim. O que assustou foi a agressão à nossa funcionária", disse June. "Todos ficaram assustados com o que ocorreu com a gerente, não pelas jóias, mas pelo seqüestro", comentou o segurança da loja, Francisco Antônio de Lem. Apesar do medo, June acredita não ter outra saída. "Mesmo assustados temos que continuar. Trabalhar neste ramo é a única coisa que eu sei fazer, não tem como mudar", disse ela.
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