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  • Placa em homenagem àqueles que participaram da construção, sem o nome de Henning

Além de ter tido muitos projetos e arquitetos responsáveis por sua edificação, a Catedral de Curitiba contou com diversos mestres-de-obras. Um deles, o alemão Heinrich Henning, é certamente o mais emblemático desta história. Ele assumiu as obras em 1886 (era funcionário da estrada de ferro), quando a Catedral já estava com uma parte construída.

O alemão luterano era conhecido por ser severo, mas bastante companheiro de seus colegas de trabalho – assim o descreve Cid Destefani no livro A Cruz do Alemão. Por ser um homem duro, teve diversos problemas: certa vez se desentendeu com o engenheiro Giovani Lazzarini. Este último reclamava de trabalhar com o alemão porque Henning não sabia "dar o respeito". As brigas desencadeadas entre os dois chegaram a ser publicadas em jornal – na época, a "Gazeta Paranaense".

Lazzarini chegou a contestar um pedido de dívida feita por Henning no jornal, dizendo que o luterano não tinha se comportado "com o devido respeito a seu superior" e afirmou que "nada lhe dava porque nada lhe devia." O texto foi publicado em 1888, dois anos antes de Henning pedir a conta e abandonar o trabalho de mestre-de-obras da catedral, em 1890.

A decisão de largar o trabalho ocorreu depois que Henning discutiu com o padre Alberto Gon­çalves, que queria ampliar a sacristia, já praticamente pronta. O pároco acusou Henning de ter transformado a igreja num templo luterano e Henning retrucou dizendo que o projeto não era dele e que apenas havia executado o que deveria ser feito. Neste dia, o mestre-de-obras foi embora. A Catedral foi entregue por Henning quase pronta: faltavam apenas alguns detalhes internos.

No momento da inauguração, em 1893, o padre Alberto decidiu colocar no pilar do lado direito de quem entra na Catedral uma placa com o nome dos que participaram da construção. Não deu outra. O nome de Henning não constava na placa e a justificativa era a de que só foram homenageados os que fizeram parte da última comissão de obras. Na verdade, diz-se que todos os homens que trabalharam na igreja e defenderam o projeto de estilo gótico foram omitidos. O genro de Henning, indignado e em um momento de fúria, desferiu 15 marteladas na placa alocada na catedral – as marcas do ato estão lá até hoje. Confira ao lado como o alemão foi morto.

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