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Alunos e professores do Colégio Estadual Helena Kolody, em Colombo, na região metropolitana de Curitiba, criaram em 2006 um fórum permanente de combate à violência após a morte de um ex-aluno no Jardim Monza. Alexandre Lima Moraes cursava o último ano de Marketing e voltava da casa da namorada quando foi assassinado. No mesmo ano, outros cinco ex-alunos haviam sido mortos. Diretor do colégio à época, Adão Aparecido Xavier, professor de História e Filosofia, reuniu um grupo para discutir o problema. Apareceram alunos, pais, padre, pastor, vereador, todos interessados em encontrar um caminho para a paz.

Três anos depois os resultados já são visíveis. O grupo fez uma conferência e fez uma cartilha distribuída a vereadores, deputados e ao Ministério Público. Foram incontáveis abaixo-assinados, grupos de estudos e conversas com os estudantes e com o grêmio estudantil. "Os resultados não vêm a curto prazo, mas não podemos deixar de lutar. Hoje a violência simbólica diminuiu e a linguagem mudou", avalia Adão.

Já na Escola Nova Geração o bullying – agressão de alunos contra alunos – é uma preocupação dos pais e professores. A escola só atende até o terceiro ano do ensino fundamental e as crianças enfrentavam problemas ao mudar de colégio. A família não sabia como lidar com isso e muitas vezes buscava ajuda com as pedagogas da escola anterior. Aluá Bianchi e Evelin Baranhuk, da equipe pedagógica, montaram um curso para pais e professores sobre o tema.

"Sempre fazemos pesquisas e descobrimos que quando a criança sai da nossa escola, menor e com um ambiente acolhedor, encontra dificuldade para se adaptar em locais maiores" explica Aluá. "Resolvemos criar um espaço para que os pais pudessem tirar dúvidas". Com os alunos, o tema também é trabalhado no dia a dia. "Os pais têm de repensar a educação. Não avaliar só o conteúdo, mas também a formação humanística".

Quando criança, o advogado Alexandre Saldanha teve de mudar de escola três vezes. Como estava acima do peso e tinha dificuldades motoras, os colegas o chamavam por apelidos preconceituosos, inclusive na nova escola. A família pensou em processar a escola, mas não encontrou amparo jurídico. Já adulto, Saldanha tratou do bullying no trabalho de conclusão do curso de Direito. O termo se refere a todo tipo de violência praticada nas escolas, intencional e repetidamente, que causa sofrimento ao indivíduo.

Saldanha concluiu que a instituição escolar não está preparada para lidar com o bullying, muitas vezes por medo das consequências jurídicas. Ele diz que a responsabilidade civil é da escola por casos de agressão, humilhação e ofensas entre alunos, que podem entrar com ações de indenização. "Temos de parar de achar que isso é só brincadeira. Brincadeira não gera morte e dor". Ele criou uma comunidade no Orkut para discutir o tema com jovens. Para ele, o Judiciário precisa se preparar para resolver casos de bullying. (PC)

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