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São Paulo – Um tenente aposentado morto na frente da esposa e vários ataques incendiários marcaram a noite de sexta-feira e a madrugada de sábado no estado de São Paulo, no quinto dia das ações atribuídas ao PCC (Primeiro Comando da Capital).

Neuton Santos Ramos, 57, tenente aposentado da Polícia Militar foi morto por quatro homens armados que invadiram sua casa na Praia Grande (86 quilômetros ao sul de São Paulo), às 20 horas da sexta-feira.

Segundo a Polícia Civil, a viúva do tenente contou que Ramos estava dormindo quando quatro homens armados, três deles encapuzados, invadiram a casa da família.

Os criminosos renderam a esposa de Ramos na sala da casa e perguntaram pelo tenente. "Ele está dormindo", ela respondeu. Os bandidos ordenaram ao filho do casal, de sete anos, que fosse até o quarto acordar o pai. A criança obedeceu.

Quando saiu do quarto, o tenente aposentado foi agarrado pelo bando e levado até os fundos do quintal. Ali, os criminosos esfaquearam Ramos e dispararam vários tiros contra ele. O segundo-tenente, que estava na reserva havia oito anos, morreu no local. Os assassinos fugiram sem levar nada.

Em depoimento na delegacia de Praia Grande, a viúva do tenente disse que ele não tinha inimigos e era "uma pessoa pacata". A polícia suspeita que o crime seja mais um dos ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Focos

O Corpo de Bombeiros teve bastante trabalho na noite de sexta-feira para sábado em São Paulo. Um caminhão da empresa de lixo Eco RBS e uma lotação foram incendiados, em supostos ações do PCC. Também aconteceram princípios de incêndio em uma fábrica de colchões, em um depósito de ferro velho e em um supermercado, todos na capital. O ataque ao caminhão de lixo aconteceu pouco antes das 23 horas, em Guaianazes. De acordo com o Corpo de Bombeiros, ninguém ficou ferido. Também não aconteceram prisões.

A lotação foi incendiada por criminosos por volta da 1h25, no bairro de Parada de Taipas, zona oeste da capital. Duas guarnições do Corpo de Bombeiros foram para o local. Também neste caso, de acordo com a polícia, não houve feridos nem foram localizados os autores do atentado.

Críticas

O vice-presidente no exercício do cargo de presidente da República, José Alencar, disse ontem que, se o governo de São Paulo tivesse aceitado a presença do Exército nas ruas, a violência propagada pelas facções criminosas nas cidades paulistas teria recuado. "O Exército não possui inteligência policial. Age em dissuasão. Isso para São Paulo poderia ser bom no momento em que começaram as acontecer esses problemas, que não são de hoje, vêm de maio’’, disse.

Alencar não chegou a fazer uma defesa direta para que o Exército ainda seja convocado. Afirmou que essa é uma decisão do governo paulista, não do governo federal. Lembrou, porém, que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, continua negociando ações conjuntas com o governador Cláudio Lembo, e que a oferta da força pública federal está mantida.

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