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Cuiabá – Hamilton Lacerda, então coordenador da campanha de Aloízio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo, foi quem entregou a mala com dinheiro ao advogado Gedimar Pereira Passos e ao empresário Valdebran Padilha da Silva, no hotel Íbis em São Paulo, no dia 14 de setembro, segundo informação da Polícia Federal.

Gedimar e Valdebran foram presos pela PF com R$ 1,168 milhão e US$ 248,8 mil. O dinheiro, cuja origem a polícia ainda investiga, seria usado para comprar um dossiê contra tucanos montado pelo empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas.

Após analisar os CDs com a gravação de imagens que registram movimento de pessoas no hotel, a PF concluiu que Lacerda foi quem entregou o dinheiro a Gedimar e Valdebran. Contudo a Polícia Federal informou que a confirmação oficial, necessária para conclusão do inquérito, será feita por meio de perícia.

Desde o início da semana, a PF fazia a análise das imagens e quarta-feira concluiu que Lacerda aparece na gravação entregando o dinheiro. Foram estudados vários CDs gravados no hotel no dia 14. Nesse dia, por telefone, Valdebran negociava com Vedoin, que estava em Cuiabá, a venda do dossiê contra os tucanos José Serra, adversário de Mercadante nas eleições em São Paulo, e Geraldo Alckmin, candidato a presidente. O material era composto por fotos, CD e fita de vídeo mostrando Serra e Alckmin em eventos de entrega de ambulâncias da máfia dos sanguessugas.

O delegado Diógenes Curado Filho, que preside as investigações, deveria ouvir Lacerda ainda ontem em São Paulo. O procurador da República em Cuiabá Mário Lúcio Avelar deve acompanhar o depoimento.

Como aconteceu

Na sexta-feira passada, em depoimento à PF em Brasília, Jorge Lorenzetti, ex-assessor da campanha e amigo do presidente Lula, disse que o dossiê seria entregue a Lacerda.

Cinco dias após as prisões de Gedimar e Valdebran, Lacerda deixou o cargo, pois foi citado pela revista IstoÉ como intermediador da entrevista em que os Vedoin acusam José Serra de envolvimento na máfia dos sanguessugas.

Conforme Gedimar em seu primeiro depoimento à Polícia Federal, o dinheiro seria usado para pagar o dossiê e uma entrevista à imprensa.

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