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Entidades temem que nova ponte impacte na região do Marco das Três Fronteiras | Christian Rizzi/Gazeta do Povo
Entidades temem que nova ponte impacte na região do Marco das Três Fronteiras| Foto: Christian Rizzi/Gazeta do Povo

Foi assinado ontem em Foz do Iguaçu, Oeste do Paraná, o contrato para a construção da segunda ponte ligando o Brasil ao Paraguai. O documento foi firmado entre o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) e o consórcio vencedor da licitação. A cerimônia teve a presença do ministro dos Transportes, Paulo Passos, e de autoridades dos dois países.

A partir de agora, o consórcio Construbase/Cidade/Paulitec tem 90 dias para apresentar os projetos básico e de execução da obra. O ministro Passos destacou o impacto que a obra deve causar na região. "Posso dizer que hoje é uma data simbólica tanto para o Brasil como para o Paraguai, pois está sendo atendida uma expectativa de décadas. A obra será um dos marcos do desenvolvimento desta região", disse.

A nova ponte, cuja construção está prevista desde 1992, já está sendo chamada provisoriamente de "Ponte da Solidariedade". Durante a cerimônia também foi anunciada a abertura de licitação para revitalização da Ponte Internacional da Amizade. "O edital já está publicado. Vamos arrumá-la [a ponte] e deixar de acordo com o que merece ser", declarou o ministro.

A nova ponte será estaiada e terá 760 metros de comprimento por 19 metros de largura. Apenas veículos pesados deverão trafegar por ela. A ideia é "desafogar" o trânsito na Ponte da Amizade e deixá-la somente para os veículos de passeio. A obra está orçada em R$ 233,375 milhões com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O prazo para conclusão é de até três anos.

Ilegal

No entanto, a Fundação Iguassu e a empresa de consultoria Tecton alertaram para a ilegalidade da licitação e o risco de embargo da obra. O aviso foi dado ontem por meio de uma interpelação pública. O documento lembra que a área onde a ponte será construída é considerada zona turística pelo Plano Diretor de Foz do Iguaçu e, portanto, inadequada para receber a construção da ponte.

"O impacto ambiental e social seria grande, pois, com a construção da segunda ponte, a cidade perderia um espaço turístico com Mata Atlântica, que, em breve, poderá abrigar o Parque Turístico Trinacional", destaca o arquiteto Nilso Rafagnin, da Fundação Iguassu. Segundo ele, a nova ponte deveria ser projetada 720 metros rio acima do Marco das Três Fronteiras, o que seria suficiente para retirar as obras da zona turística.

Além disso, a nova ponte seria destinada apenas a veículos leves e, com a implantação do novo parque turístico, iria auxiliar o turismo regional. Por fim, o arquiteto recomenda o projeto de uma terceira ponte entre Brasil e Paraguai, destinada a caminhões e trens, formando um anel viário metropolitano trinacional.

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