O riso espontâneo é, sem dúvida, a forma mais eficiente de se obter os benefícios que essa ação traz. Quando a risada é natural, provocada por algo que faz a pessoa achar graça, endorfina e serotonina são liberadas e com ela, todos os outros benefícios que o exercício da musculatura corporal traz. No entanto, a risada forçada pode, ao longo do tempo, enganar o organismo e produzir efeitos semelhantes.
A professora de Neuroanatomia da Faculdade Evangélica do Paraná (Fepar), Walquíria Garcia Zonta, explica que forçar o riso acaba enganando o sistema nervoso e ele entende que precisa liberar as mesmas substâncias. "As pessoas que costumam forçar a risada acabam então por obter os mesmos benefícios que as que riem naturalmente", explica.
Só que esses benefícios são físicos. Emocionalmente os psicólogos alertam que não tem o mesmo efeito. Pelo contrário, a pessoa que tenta rir para enganar os outros e a si mesma não se sente feliz de verdade e pode causar uma sensação incômoda, inclusive para quem está perto.
De acordo com a psicóloga Sueli Damergian, especialista em relações humanas da Universidade de São Paulo (USP), rir sempre, mas sem motivo, pode levar a um desequilíbrio emocional. "Saber rir é questão de sabedoria, é uma coisa muito séria. As pessoas têm que saber balancear risada com seriedade, alegria com tristeza. Todos esses sentimentos fazem parte do ser humano, todos eles são necessários."
Sueli diz que as pessoas sérias tendem a sofrer mais do que as que usam o riso para ter uma vida mais leve. Mas ressalta a importância de não se confundir a risada com a falta de responsabilidade. Optar por transmitir alegria não significa que se deva rir o tempo todo, assim como optar por ser sério não significa que se deva excluir a risada de todas as atividades diárias.
Para as crianças, as risadas são fundamentais para a formação da personalidade e para a construção do poder de abstração, além de ser a tradução da espontaneidade. Segundo a psicóloga, o riso estimula a autenticidade infantil.



