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Alguns hospitais da capital estão com atendimentos completamente comprometidos pela greve. Os maiores problemas ocorrem no Pequeno Príncipe, que teve o volume de cirurgias re­­duzido em um terço. No Ca­­juru, metade dos funcionários faltou e o auxílio aos casos de emergência foram prejudicados. Na Santa Casa, um terço das unidades de terapia intensiva (UTIs) não funcionou. No Hospital XV, com adesão à greve de três quartos dos funcionários, 40 cirurgias eletivas (agendadas) foram canceladas ontem.

A reportagem apurou que os hospitais XV, Novo Mundo e Pequeno Príncipe chegaram a ter menos de 40% de seus funcionários em atendimento. "Este é um problema que depende dos turnos: durante a noite de quarta-feira, o Cajuru chegou a ter 48% de seu quadro em atividade, mas durante o dia 78% do pessoal estava presente no hospital", explicou Rodrigo Milano, presidente do Sindicato dos Hospitais.

Na Santa Casa, todas as 30 cirurgias eletivas foram canceladas pelo segundo dia consecutivo, de acordo com o diretor-geral do hospital, Flaviano Ventorim. "Não sabemos quais funcionários vão participar da greve, já que a adesão é individual e varia entre os turnos", disse.

A ausência de profissionais causou o fechamento de uma UTI Cardiológica com nove leitos disponíveis, mas que não poderiam receber pacientes. No fim da tarde de ontem, três dos leitos tiveram de ser utilizados para atendimentos de emergência.

Revezamento

Em uma das enfermarias do hospital, quatro profissionais trabalharam normalmente, apesar de se considerarem grevistas. "Revezamos o dia em que participamos da paralisação para não comprometer o atendimento", explicou uma das enfermeiras, que pediu anonimato. Segundo elas, os estagiários de enfermagem têm ajudado a manter a rotina, mas os médicos cancelaram cirurgias pela falta de pessoal para cuidar dos pacientes. "É complicado, porque eles [os pacientes] precisam de cuidados intensos. O hospital está pedindo que o pessoal se disponibilize para o trabalho", afirmou outra enfermeira.

Entre elas, uma única funcionária não aderiu ao movimento por não acreditar nas propostas do sindicato da categoria. "Se eu não acredito, é uma causa perdida para mim. Há tantos anos ganhamos o mesmo salário e eles nunca fizeram nada. Agora é época de eleição para a diretoria, por isso fizeram a paralisação", acusou.

No fim da tarde de ontem, o Hospital Cajuru conseguiu uma liminar na Justiça do Trabalho que obriga o Sindesc a manter 70% dos funcionários do local em atividade. A multa em caso de descumprimento é de R$ 20 mil por dia e será cobrada do sindicato.

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