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Avaliação

Entenda como é calculado o indicador

O Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde (Idsus) avaliou o acesso e os serviços do SUS em todo o país, entre 2008 e 2010. Ele foi calculado a partir do cruzamento de 24 indicadores, e 14 avaliavam acesso e 10 mediam a efetividade dos serviços, como a proporção de nascidos vivos de mães com sete ou mais consultas de pré-natal, a realização de exames preventivos de câncer de mama em mulheres entre 50 e 69 anos e de colo do útero na faixa de 25 a 59 anos, a cura de casos novos de tuberculose e hanseníase e a proporção de partos normais.

Separação

Foram avaliados o país, os estados e os municípios. Seis grupos homogêneos separam as cidades por características similares. Os grupos 1 e 2 contêm os municípios com melhor infraestrutura e condições de atendimentos. Os grupos 3 e 4, as cidades que apresentam estrutura de média e alta complexidade e os grupos 5 e 6 não têm estrutura para atendimentos especializados.

Pesquisa

Qualidade é reprovada em 20% dos municípios do país

Folhapress

Mais de 20% dos municípios, que reúnem 27% da população, não alcançaram 5 no Índice de Desempenho do SUS. Isso significa que essas cidades não fizeram nem a metade do caminho até o SUS ideal, em que o atendimento é adequado e para todos.

Somente 1,9% dos brasileiros vive em municípios com índice de 7 em diante, meta estipulada pelo Ministério da Saúde. Um técnico do governo classificara 5 como nota "razoável" e 7 como o que o SUS "deveria ter se a gente pensasse na qualidade de vida da população". O ministro Alexandre Padilha, contudo, evitou indicar o Idsus razoável. Disse que 10 é a única nota satisfatória e que o índice mostra que "acesso de qualidade é o grande desafio para a saúde".

Mapas divulgados apontam para o pouco acesso ou a inexistência de serviços especializados no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. Esses serviços vão desde consultas com cardiologistas e oftalmologistas, por exemplo, a tratamentos complexos, como contra o câncer.

O objetivo do índice, que será divulgado a cada três anos, diz Padilha, é permitir criação de metas individuais. Se cumpridas, elas podem render recursos extras.

Melhores

O mais alto Idsus é o de Arco-Íris (8,38), cidade no interior paulista de 1,9 mil habitantes. O pior está em Pilão Arcado (BA), com nota 2,5.

O ministério dividiu os municípios em 6 grupos, para evitar a comparação entre cidades ricas e pobres e com estruturas de saúde díspares. Ou seja, tirar nota 7 é mais fácil para quem tem mais dinheiro e estrutura (Grupo 1).

Lidera esse grupo Vitória, a melhor entre as capitais. São Paulo está na 10ª melhor posição desse mesmo grupo. Já o estado do Rio e sua capital tiveram notas abaixo da média nacional.

Um dos motivos para que grandes capitais não tivessem notas muito altas é o fato de terem grande parte da população atendida pelos planos de saúde. O Idsus considera que a população total deveria ser coberta pelo SUS.

Pela primeira vez, o Sistema Único de Saúde (SUS) recebe notas pelo acesso e a qualidade dos serviços prestados. Lançado ontem pelo governo federal, o Índice de Desempenho do SUS (Idsus) avalia o atendimento na rede pública em todos os municípios, estados e em âmbito nacional de acordo com uma escala que varia de 0 a 10. Na primeira avaliação, a pontuação do Brasil foi de 5,47.

O Paraná ficou em segundo lugar no ranking dos estados e Curitiba, na segunda posição entre o grupo de cidades com melhor infraestrutura e condições econômicas.

O índice será reavaliado a cada três anos e é resultado do cruzamento de 24 indicadores (leia mais ao lado). Entre os estados, o ranking é liderado por Santa Catarina (com nota 6,29). Com a segunda melhor avaliação está o Paraná (6,23), seguido do Rio Grande do Sul (5,9). Entre as regiões, o Sul ficou no topo da lista, com nota 6,12. Na sequência aparecem Sudeste (5,56) e Nordeste (5,28).

Entre os municípios, Curitiba também garantiu a segunda posição no Grupo 1 (com pontuação 6,96), atrás apenas de Vitória (7,08) e à frente de Florianópolis (6,67). O ranking das cidades foi elaborado a partir da separação em seis grupos, levando em conta o tamanho do município, sua condição econômica e a estrutura de saúde disponível.

Para o vice-presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), José Fernando Macedo, os bons resultados são fruto do investimento em saúde no Paraná e, especialmente, em Curitiba. "Os resultados são bons por refletirem a valorização da formação dos profissionais que temos por aqui. Em Curitiba, por exemplo, os pacientes são atendidos nos postos de saúde por médicos especialistas, profissionais aprovados em concurso e que têm uma formação específica para atender àquele caso. Isso garante qualidade de atendimento e diminuição de custos", avalia.

Como os dados utilizados foram coletados no período da gestão anterior (entre 2008 e 2010), a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) preferiu não comentar as possíveis ações que teriam alçado o Paraná ao segundo lugar. Entretanto, a chefe de gabinete da Sesa, Maria Goretti Lopes, afirma que a intenção é melhorar a posição do estado no Idsus. "Não vamos medir esforços e já pautamos no nosso mapa estratégico que o estado deve ser referência em saúde pública para o país", diz. Para ela, os trunfos da saúde pública paranaense são a organização das redes de atenção à saúde e o financiamento.

A organização do sistema de saúde também é o ponto forte de Curitiba, segundo a secretária municipal de Saúde, Eliane Chomatas. Mas, de acordo com ela, ainda há muito a melhorar. "Temos de continuar aprimorando o sistema, assim como todo o país. Como a cobertura é grande, ainda faltam profissionais e há alguns gargalos que precisam ser consertados", explica.

Caminho certo

Apesar da boa colocação no ranking, José Fernando Macedo, da AMB, explica que vale um "puxão de orelhas". "Uma nota 6 pode até ser honrosa, mas não é suficiente para passar de ano", exemplifica. Mesmo assim, ele garante que tanto Curitiba quanto o Paraná estão no caminho certo para chegar à primeira colocação. "Falta pouco para isso. Com mais investimentos em saúde pública e, especificamente, na prevenção de problemas de saúde, vamos conseguir fazer campanhas maciças, conscientizar a população, tornar o atendimento ainda mais acessível e melhorar esse índice", diz.

Serviço:

Para consultar os dados completos do Idsus, o site é www.saude.gov.br/IDSUS.

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